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Segunda-feira, 9 de junho de 2025
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A visita do presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, à China foi amplamente destacada pelos principais veículos da mídia chinesa — como People’s Daily, Xinhua, China Daily, Global Times e South China Morning Post — como um ponto de inflexão nas relações bilaterais. As reportagens enfatizaram os impactos imediatos e estratégicos da viagem, bem como seu potencial transformador na geopolítica global.

Segundo os jornais, a elevação da parceria Brasil-China ao nível de “Comunidade de Futuro Compartilhado por um Mundo Mais Justo e um Planeta Sustentável” representa mais do que uma retórica diplomática. Trata-se do fortalecimento de uma aliança estratégica com vocação global, baseada em valores comuns, como multilateralismo, desenvolvimento sustentável, inovação tecnológica e defesa da soberania dos países do Sul Global.

Com o compromisso conjunto de atuar por uma governança internacional mais justa foi apresentado como uma resposta ao enfraquecimento das instituições tradicionais e à crescente pressão por reformas no sistema global. No campo econômico, a mídia chinesa valorizou a ampliação de acordos em setores de alta relevância, como infraestrutura, transição energética, agronegócio, chips e inteligência artificial.

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Acordos bilaterais

Durante o encontro com o presidente Xi Jinping, foram assinados mais de 30 acordos bilaterais envolvendo setores-chave como comércio, agricultura, infraestrutura, transição energética, economia digital, inteligência artificial, ciência e tecnologia. Um dos principais destaques foi o anúncio do lançamento futuro do satélite CBERS-6, símbolo da histórica cooperação sino-brasileira na área espacial, com capacidade inédita de monitoramento ambiental — especialmente da Amazônia, mesmo sob cobertura de nuvens. Esse projeto foi apontado como exemplo da capacidade conjunta de inovação tecnológica e compromisso ambiental.

A imprensa chinesa também ressaltou a importância do alinhamento entre a nova política de infraestrutura do Brasil e a Iniciativa do Cinturão e Rota promovida por Pequim, citando projetos como a linha de transmissão de energia de Belo Monte como marcos dessa colaboração prática. Além disso, foi destacada a entrada de aproximadamente R$ 27 bilhões em investimentos chineses no Brasil em setores como energia renovável, infraestrutura logística e tecnologia.

lula na china
Presidente Lula durante coletiva em Pequim
Ricardo Stuckert / PR

Outro ponto de forte repercussão foi a presença de Lula na cúpula entre a China e os países da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac). A mídia chinesa destacou os esforços de Xi para aprofundar os laços com a América Latina por meio da oferta de R$ 52 bilhões em crédito, além de propostas para aumentar os investimentos e as importações de produtos latino-americanos — sinalizando uma reconfiguração dos fluxos de influência global.

Nova ordem internacional

Analistas chineses consideraram a visita um gesto geopolítico significativo, apontando que a retomada do protagonismo brasileiro sob Lula pode impulsionar uma nova ordem internacional mais multipolar e menos dependente das instituições tradicionais. Sua trajetória de combate à pobreza e sua volta ao poder foram interpretadas como sinais de estabilidade e visão estratégica. A defesa de uma política externa independente e pluralista reforçou a percepção de que o Brasil está disposto a exercer um papel de liderança global.

A cobertura também deu atenção especial à dimensão cultural da visita, com destaque para o Fórum Empresarial Brasil-China e a exibição de filmes brasileiros, vistos como gestos simbólicos de aproximação entre os povos. Segundo os jornais, o fortalecimento dos vínculos culturais, junto à cooperação econômica e política, contribuirá para uma parceria mais sólida e duradoura.

Em síntese, a mídia chinesa enxerga a visita de Lula como o início de um novo ciclo de cooperação pragmática, inovadora e geoestratégica. Uma aliança que pode servir de modelo alternativo de desenvolvimento internacional — ancorado na solidariedade, na tecnologia e na soberania compartilhada.