Militares dos Estados Unidos retiram parte da equipe da embaixada americana no Haiti
Operação ocorreu enquanto os ataques de gangues armadas continuam na área metropolitana de Porto Príncipe
Militares americanos foram destacados para Porto Príncipe na noite de sábado (09/11) para reforçar a segurança da Embaixada dos Estados Unidos no Haiti e retirar o pessoal não essencial, em um momento em que gangues armadas transformaram as ruas em um campo de batalha.
O objetivo da operação foi fortalecer a segurança da embaixada para garantir que ela continue funcionando, conforme explica comunicado do Comando Sul das Forças Armadas dos EUA, responsável pelas operações na América Latina.
Além disso, a operação procurou garantir a saída do país de pessoal não essencial. A missão foi realizada com uma aeronave militar, da qual não foram fornecidos detalhes, exceto que não havia haitianos a bordo e apenas foi transportado pessoal que trabalhava para o governo americano.
“Este transporte aéreo de pessoal para dentro e para fora da embaixada é consistente com a nossa prática padrão para fortalecer a segurança das embaixadas em todo o mundo”, afirmou o Comando Sul dos EUA.
Uma porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, responsável pela política externa, informou à Agência EFE que o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, deu pessoalmente autorização à missão.
“O presidente Biden aprovou a operação. Ele foi informado, recebe atualizações de sua equipe e está profundamente preocupado com a situação no Haiti”, disse a porta-voz.

Ataques de gangues armadas continuam na área metropolitana de Porto Príncipe, incluindo Tabarre, onde está localizada a embaixada dos EUA
A operação ocorreu enquanto os ataques de gangues armadas continuam na área metropolitana de Porto Príncipe, incluindo Tabarre, onde está localizada a embaixada dos EUA.
A violência levou a embaixada dos Estados Unidos no Haiti a reduzir suas operações, embora em uma mensagem na rede social X, ex-Twitter, publicada neste domingo tenha deixado claro que “permanece aberta”.
A violência em Porto Príncipe aumentou significativamente desde que se soube, em 28 de fevereiro, que o primeiro-ministro do Haiti, Ariel Henry, havia se comprometido a realizar eleições antes do final de agosto de 2025, uma data muito distante, considerando que ele deveria concluir seu mandato em 7 de fevereiro, conforme acordo de 2022.
Como parte desta violência, há uma semana, as gangues entraram nos dois principais centros penitenciários da capital, permitindo a fuga de mais de 3 mil presos.
Henry, a máxima autoridade do país após o assassinato do presidente Jovenel Moise em 2021, é agora alvo de pressão dentro e fora do Haiti para favorecer uma transição que ajude a parar a grave crise e a extrema violência no país.
No entanto, Henry está em Porto Rico, após participar na cúpula da Comunidade do Caribe (Caricom) na Guiana e viajar para o Quênia para abordar a missão multinacional que será enviada ao Haiti.
De fato, o Haiti aguarda o envio daquela missão multinacional de apoio à segurança liderada pelo Quênia, aprovada pelo Conselho de Segurança da ONU em outubro do ano ado.
