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Segunda-feira, 9 de junho de 2025
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A Anistia Internacional denunciou que o grupo armado M23, apoiado por Ruanda, violou o direito internacional humanitário e cometeu crimes de guerra em suas ações violentas na República Democrática do Congo (RDC).

“O Movimento 23 de Março (M23) matou, torturou e fez desaparecer detidos à força, manteve alguns como reféns e os sujeitou a condições desumanas em locais de detenção em Goma e Bukavu, no leste da República Democrática do Congo”, afirmou a organização de direitos humanos por meio da rede social X. 

De acordo com detalhes do portal britânico Morning Star, a denúncia foi feita após a Anistia Internacional entrevistar 18 vítimas do grupo armado. Alguns dos congoleses detidos pelas forças apoiadas por Ruanda afirmaram que foram acusados, sem provas, de apoiar o exército e o governo da RDC. Já outros, foram presos sem mesmo receber uma acusação. 

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Nas entrevistas, a organização descobriu que as vítimas foram “amontoadas em celas superlotadas e anti-higiênicas, sem o à alimentação, água, saneamento e assistência médica adequados”. 

Algumas das vítimas ainda relataram terem testemunhado a morte de outros prisioneiros devido às condições precárias das celas e à tortura, que incluía “espancamentos até a morte com martelos, pedaço de madeira, cabos elétricos, correias de motor e armas de fogo”. 

Conflito no Congo teve início em janeiro, quando M23 tomou as cidades de Goma e Bukavu, na RDC
MONUSCO Photos

Segundo o diretor regional da Anistia Internacional, Tigere Chagutah, citado pelo Morning Star, “as declarações públicas do M23 sobre a restauração da ordem no leste da RDC mascaram o tratamento horrível que dispensam aos detidos”. 

A autoridade humanitária denunciou ainda que o grupo armado “pune brutalmente aqueles que acreditam se opor a eles e intimidam outros, para que ninguém ouse desafiá-lo”, instando Ruanda a parar de apoiar o M23. 

Invasão patrocinada por Ruanda

O conflito no Congo teve início em janeiro ado, quando o M23 tomou as cidades de Goma, capital da província de Kivu do Norte, e Bukavu, capital da província de Kivu do Sul.

O M23 é um dos mais de 100 grupos armados que formam parte da chamada Aliança do Rio do Congo (CRA, por sua sigla em inglês) e que lutam contra o exército congolês, com o apoio financeiro, logístico e bélico entregue pelo governo de Ruanda, além do envio de tropas do país para participar de ações conjuntas no território vizinho.

Por sua parte, o governo da República Democrática do Congo diz que Ruanda patrocina grupos milicianos da região com o objetivo de se apropriar das riquezas minerais da região.

Após apelos internacionais, um cessar-fogo foi anunciado em abril ado, mas deixou devastação. De acordo com agências da Organização das Nações Unidas (ONU) que atuam no continente africano, a invasão do M23 às províncias do leste da República Democrática do Congo provocou pelo menos 8.500 pessoas, incluindo crianças e forças de paz, incluindo um massacre no qual 163 mulheres foram queimadas vivas, além do deslocamento massivo de mais de sete milhões de pessoas.

(*) Com informações de Morning Star