Cortes de Milei empobrecem classe média argentina, aponta especialista
Pacote anarcocapitalista transfere renda dos trabalhadores para setores que operam em dólares, como o agronegócio, explica economista Horacio Rovelli; especialista crava que presidente não termina mandato
Consideradas “ousadas” e promissoras pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) e com potencial catastrófico para o povo argentino, as medidas econômicas anunciadas por Javier Milei, recém-empossado presidente da Argentina, no primeiro ato de seu governo, já forma alvos de protestos no país.
O governo Milei anunciou um superpacote (“pacotazo”, em espanhol) com cortes de Ministérios e do funcionalismo público, aumento de impostos para importação e uma forte desvalorização do peso. Além disso, a publicidade estatal foi suspensa e todas as obras públicas congeladas.
No mesmo ato também foram suspensos os subsídios do governo no transporte público e os combustíveis tiveram reajuste para cima.
A Opera Mundi, o economista e professor de Política Econômica na Universidade de Buenos Aires (UBA) Horacio Rovelli falou a respeito das políticas adotadas pelo governo Milei e olha para o pacote de medidas econômicas com indignação.
Para ele, que foi diretor Nacional de Programação Macroeconômica no Ministério de Economia e Finanças da Argentina de 2009 a 2011, durante o primeiro mandato da ex-presidente Cristina Kirchner, a desvalorização da taxa de câmbio oficial foi “terrível”.
Com isso, Rovelli avalia que a pobreza no país irá aumentar, analisando que setores médios da Argentina também serão afetados.
Confira na íntegra a entrevista de Opera Mundi com Horacio Rovelli:
Opera Mundi: primeira coisa que eu gostaria de entender é se, efetivamente, para as pessoas comuns, já é possível sentir os efeitos das medidas de Milei">