Com torcida pró-Palestina, PSG faz maior goleada da história em final da Champions

O clube francês Paris Saint Germain (PSG) conquistou neste sábado (31/05) o título da Champions League, o maior torneio de futebol da Europa, ao vencer na final a equipe italiana da Internazionale de Milão pelo placar de 5×0, em partida disputada na cidade de Munique, na Alemanha.

Os gols da vitória foram marcados pelo marroquino Achraf Hakimi, pelo georgiano Khvicha Kvaratskhelia e pelo francês de origem congolesa Senny Mayulu, além de dois tentos do francês de origem marfinense Désiré Doué, que foi considerado o melhor jogador da partida – ele também foi o autor de uma assistência.

Além dos autores dos gols, o elenco campeão contou com dois brasileiros: Marquinhos, zagueiro formado pelo Corinthians, que foi titular e capitão da equipe, responsável por levantar a taça após a conquista do título; e Lucas Beraldo, também zagueiro, formado pelo São Paulo, que esteve no banco de reservas, mas não entrou em campo nesta final.

Goleada histórica

O resultado garantiu ao Paris Saint Germain o seu primeiro título na história da competição, e também um lugar na história, já que é a primeira vez que um campeão vence a final fazendo cinco gols de diferença sobre o adversário.

Antes desta decisão, houve quatro ocasiões em que o título foi conquistado com uma diferença de quatro gols: em 1960, quando o Real Madrid venceu o Eintracht Frankfurt por 7×3; em 1974, quando o Bayern Munich venceu o Atlético de Madrid por 4×0; em 1989, quando o Milan venceu o Steaua de Bucareste por 4×0; e em 1994, novamente com o Milan, que repetiu o 4×0, mas desta vez contra o Barcelona.

Nos casos citados acima, há uma informação adicional sobre a final de 1974, já que a goleada por 4×0 aconteceu no jogo de desempate, após igualdade em 1×1 no tempo normal e na prorrogação da primeira final – na época, o regulamento não previa decisão por pênaltis em caso de empate, e a organização decidiu programar uma nova partida.

‘Parem o genocídio em Gaza’

A festa da torcida parisiense foi marcada por gritos a favor da Palestina e bandeiras exibidas pelos torcedores em apoio ao país que sofre há mais de 600 dias com um genocídio promovido pelas forças militares israelenses no território da Faixa de Gaza.

Uma das organizadas do Paris Saint Germain chegou a mostrar uma faixa com a frase “parem o genocídio em Gaza” escrita em inglês.

A faixa foi removida pela organização da partida antes do apito final, segundo o jornalista brasileiro João Castelo Branco, em publicação na sua conta do X.

Torcida do PSG fez um protesto contra o os ataques Israelenses em Gaza. Com a faixa: “Stop genocide in Gaza” #GazaGenocide pic.twitter.com/SUzzvpuuVE

— Joao Castelo-Branco (@j_castelobranco) May 31, 2025

Desde outubro de 2023, as operações militares de Israel no enclave palestino já mataram mais de 54 mil pessoas de forma direta, sem contar as pessoas que sucumbiram à fome e aos problemas gerados pelo bloqueio imposto por Tel Aviv à ajuda humanitária enviada aos residentes de Gaza.

Há estudos estimando que esses casos indiretos poderiam elevar o total de vítimas a um patamar até três vezes maior que o número de mortes causados pelos bombardeios aéreos e ataques terrestres israelenses.

Técnico homenageia a filha

Além da mensagem de apoio à Palestina, a torcida parisiense exibiu uma enorme bandeira em homenagem a Xana Martínez, filha do técnico do clube, Luis Enrique Martínez, que faleceu em 2019, aos nove anos de idade, em função de um câncer ósseo.

O próprio treinador vestiu uma camiseta em alusão à filha após a conquista do torneio, e dedicou a conquista a ela.