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Terça-feira, 10 de junho de 2025
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Atualização às 15h29

Um bombardeio israelense contra uma escola que abrigava pessoas deslocadas na Faixa de Gaza deixou ao menos 36 mortos e dezenas de feridos na madrugada desta segunda-feira (26/05). A cifra eleva a 53.977 mortos desde o início do genocídio, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, citado pela Al Jazeera.

O balanço foi divulgado pela Defesa Civil de Gaza e diz que as vítimas incluíam inúmeras mulheres e crianças, muitas das quais foram encontradas gravemente queimadas.

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O ataque foi registrado no bairro de Al-Daraj e provocou grandes incêndios que rapidamente consumiram as tendas no pátio da escola, informaram os socorristas.

Por sua vez, o Exército israelense disse que “terroristas de alto escalão” estavam dentro da escola de Gaza que foi atacada.

“A Forças de Segurança de Israel (IDF, na sigla em inglês) e o serviço de segurança interna Shin Bet atacaram terroristas de alto escalão que operavam dentro de um centro de comando e controle do Hamas e da Jihad Islâmica, localizado em uma área que anteriormente abrigava a escola ‘Faami Aljerjawi’ na área da Cidade de Gaza”, diz o comunicado.

De acordo com a nota, “o centro de comando e controle foi usado por terroristas para planejar e coletar informações para realizar ataques terroristas contra civis israelenses e tropas das IDF.” As forças israelenses informaram ainda que a Força Aérea do governo de Benjamin Netanyahu “atingiu mais de 200 alvos terroristas na Faixa de Gaza nas últimas 48 horas”.

A Defesa Civil do enclave palestino disse que 19 pessoas também foram mortas hoje em um ataque israelense contra a casa de uma família no norte da Faixa de Gaza.

O porta-voz da Defesa Civil, Mahmoud Bassal, relatou à AFP que equipes de resgate recuperaram “19 mártires do massacre da família Abd Rabbo, depois que aviões de guerra atacaram a casa da família na manhã de hoje, na cidade de Jabalia, no norte da Faixa de Gaza”.

Cessar-fogo e ajuda humanitária

Paralelamente, fontes disseram à Sky News Arabia que é cada vez mais provável que “o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anuncie um cessar-fogo em Gaza nos próximos dias”.

Segundo os relatos, “o anúncio de Trump virá como parte de um acordo que inclui a libertação de reféns israelenses”.

No último domingo (25/05), o republicano afirmou que acreditava ter boas notícias do Hamas sobre Gaza: “Queremos ver se conseguimos parar os combates”. “Falamos com Israel e queremos ver se podemos pôr fim a toda essa situação o mais rápido possível”, acrescentou.

Presidente brasileiro, Lula, voltou a condenar genocídio praticado por Israel na Faixa de Gaza
Unfpa/Yasmeen Sous

Em relação à ajuda humanitária, o primeiro ponto de distribuição no enclave, istrado pela Fundação Humanitária de Gaza em parceria com Israel, começará a operar hoje, confirmaram autoridades israelenses à emissora pública Kan. Espera-se que mais locais sejam abertos gradualmente.

Em comunicado, a organização expressou também sua decepção com a repentina renúncia de seu CEO, Jake Wood, que afirmou que “está claro que não é possível implementar este plano em estrita conformidade com os princípios humanitários, neutralidade, imparcialidade e independência”.

Enquanto isso, o diretor da nova fundação humanitária apoiada pelos EUA para distribuir ajuda na Faixa de Gaza anunciou que renunciou “com efeito imediato”.

A organização foi criada há alguns meses, após Israel proibir atividades da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA) e prejudicar o atendimento humanitário aos palestinos.

Sediada em Genebra, a organização anunciou em 14 de maio que planeja distribuir cerca de 300 milhões de refeições em um período inicial de 90 dias. A ONU e as ONGs têm afirmado repetidamente que não participarão da distribuição de ajuda desta fundação, acusada de colaborar com Israel.

Lula denuncia genocídio

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, voltou a classificar como “genocídio” a ofensiva de Israel contra a Faixa de Gaza ao condenar, no último domingo (25/05), um ataque aéreo que matou nove filhos de uma médica palestina.

“A morte de 9 dos 10 filhos da médica palestina Alaa Al-Naijar como consequência de um ataque do governo de Israel é mais um ato vergonhoso e covarde. Seu único filho sobrevivente e seu marido, também médico, seguem internados em estado crítico”, afirmou o presidente em nota divulgada pelo Palácio do Planalto.

De acordo com o mandatário brasileiro, “o que vimos hoje em Gaza é vingança”. Ele acrescentou que “o único objetivo da atual fase desse genocídio é privar os palestinos das condições mínimas de sobrevivência com vistas a expulsá-los de seu legítimo território”.

O tom enérgico do comunicado reflete a tensa relação entre Lula e Netanyahu. Em fevereiro de 2024, o governo de extrema direita declarou Lula como “persona non grata” após o presidente brasileiro comparar a ofensiva em Gaza ao Holocausto nazista.

Espanha exige embargo contra Israel

Também no último domingo (25/05), foi realizada uma reunião sediada na Espanha com um grupo de 20 países — representantes estrangeiros de nações europeias, países muçulmanos e Brasil — além de organizações internacionais para discutir o fim da guerra, o cerco de Israel a Gaza e o avanço em direção a uma solução de dois Estados.

“Gaza é uma ferida aberta para a humanidade. Não há palavras para descrever o que está acontecendo, mas só porque não há palavras não significa que permaneceremos em silêncio”, disse o  ministro das Relações Exteriores espanhol, José Manuel Albares.

“Há muita força diplomática aqui hoje”, disse o chanceler. “Somos governos diferentes se unindo, mas todos acreditamos nos mesmos princípios e não nos resignamos a aceitar a violência como a forma natural de relacionamento entre israelenses e palestinos”.

O representante do governo do primeiro-ministro, Pedro Sánchez, disse que a Espanha pressionará por medidas para pôr fim à guerra, incluindo a suspensão do acordo comercial UE-Israel, um embargo de armas em toda o bloco contra Israel, sancionando mais indivíduos ligados ao conflito e “tornando a solução de dois Estados impossível”.

(*) Com Ansa, Monitor do Oriente Médio e informações da Al Jazeera