Kremlin diz que ‘participação indireta’ da Europa na guerra prejudica negociações com Ucrânia
Alemanha anunciou liberação na entrega de armas de longo alcance a Kiev; segundo Dmitry Peskov, comportamento 'não contribui' para acordo de paz
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, destacou nesta terça-feira (27/05) que os países da Europa, ao continuarem fornecendo armas para a Ucrânia, seguem “participando indiretamente” da guerra contra a Rússia e que tal comportamento “não contribui de forma alguma para um acordo de paz“.
No dia anterior, o Ministério da Defesa holandês anunciou que um novo lote de caças F-16 havia sido enviado ao governo ucraniano. Além disso, o chanceler alemão Friedrich Merz informou que não havia mais restrições no fornecimento de dispositivos bélicos nacionais de longo alcance a Kiev.
“Já não há limitações de alcance para as armas fornecidas à Ucrânia, nem pelos britânicos, nem pelos ses, nem por nós, nem pelos americanos”, disse o ministro alemão em entrevista à emissora pública WDR, na segunda-feira (26/05), em Berlim, referindo-se às medidas que haviam sido tomadas por outros países em 2024, que autorizaram, em novembro, os ucranianos a utilizarem o Sistema de Mísseis Táticos do Exército, ou ATACMS, contra Moscou.
“A Ucrânia pode agora defender-se, por exemplo, atacando posições militares na Rússia”, enfatizou. Nesta terça-feira, Merz revelou que a decisão de suspender as restrições do fornecimento de armas ao regime ucraniano foi tomada já há vários meses.

Sergey Karpukhin/POOL/TASS
Em coletiva, Peskov foi questionado pela imprensa se o posicionamento dos países europeus poderia criar riscos adicionais nas negociações entre a Rússia e a Ucrânia, previstas para ocorrerem em breve.
“Vemos que a Europa está participando indiretamente: as entregas de armas continuam. Esta é a participação indireta na guerra contra a Rússia. Estamos todos testemunhando discussões em andamento sobre a possibilidade do aparecimento de ‘contingentes europeus'”, disse o porta-voz do Kremlin. “É claro que o comportamento dos europeus não contribui de forma alguma para um acordo de paz”, ressaltou.
(*) Com TASS
