Kremlin diz ser ‘improvável’ encontro entre Putin, Zelensky e Trump antes de acordo

O Kremlin declarou nesta terça-feira (03/06) ser “improvável” um encontro “em um futuro próximo” entre os presidentes da Rússia, Vladimir Putin; da Ucrânia, Volodymyr Zelensky; e dos Estados Unidos, Donald Trump. A posição foi dada um dia depois que a Casa Branca afirmou prontidão para uma cúpula com os líderes russo e ucraniano..

“Em um futuro próximo, é improvável”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, em resposta ao questionamento de repórteres sobre a possibilidade de uma reunião. Segundo o representante russo, isso apenas seria viável depois que os negociadores russos e ucranianos chegassem a um “acordo” concreto.

Para o Kremlin, os esforços para alcançar um acordo de paz constituem uma tarefa “extremamente complexa” e, nesse sentido, considera errado “esperar decisões iminentes” antes da reação ucraniana às suas propostas apresentadas no dia anterior, durante negociações em Istambul, na Turquia.

“O presidente Putin repetiu diversas vezes sobre sua disponibilidade em realizar contatos no alto escalão, destacando que estes contatos deverão ser resultado de acordos já desenvolvidos a nível técnico, de especialistas. Portanto, Putin apoia a cúpula, mas sustenta que deve ser bem preparada”, explicou.

Peskov também mencionou que chegou a “alguns acordos” com Kiev durante a última cúpula realizada na segunda-feira (02/06), entre as delegações russa e ucraniana, referindo-se a uma nova troca de prisioneiros.

“Esperamos uma resposta ao memorando que entregamos [aos ucranianos]”, disse, sobre a proposta russa para um cessar-fogo. Segundo ele, o documento visa “eliminar as causas profundas do conflito e levar a uma solução sustentável”.

Após a segunda rodada de negociações em Istambul, a delegação de Kiev, que conta com a presença do chefe de gabinete da Presidência da Ucrânia, Andriy Yermak, embarcou para Washington para dar prosseguimento, nesta terça-feira, nas negociações com o governo Trump sobre a trégua no conflito e sobre as novas sanções contra Putin.

“Haverá muitas reuniões com representantes de ambos os lados [republicanos e democratas] que apoiam a Ucrânia e com a equipe do presidente dos EUA. Falaremos sobre os resultados das reuniões de Istambul, bem como sobre como a Federação Russa está evitando o cessar-fogo, assim como sobre as negociações em nome da guerra”, escreveu Yermak em suas redes sociais.

(*) Com Ansa