Rússia afirma que incidentes ferroviários ‘levantam preocupações’ sobre negociações em Istambul
Moscou denunciou que Ucrânia está impedindo ‘saída diplomática da guerra’ após dois descarrilamentos de trem nas ferrovias russas deixaram sete mortos; Kiev realiza ataque massivo de drones
Atualização às 17h01
A Rússia afirmou, neste domingo (01/06), que os dois incidentes ferroviários nas regiões de Kursk e Bryansk, ocorridos entre a noite do último sábado (31/05) e a madrugada deste domingo e deixaram sete mortos e 71 feridos, “levantam sérias preocupações” sobre as negociações com a Ucrânia em Istambul, que devem ser realizadas na próxima segunda-feira (02/06).
Segundo o Embaixador do Ministério das Relações Exteriores da Rússia para os Crimes de Guerra de Kiev, Rodion Miroshnik, o lado ucraniano está envidando todos os esforços para inviabilizar as negociações de paz e “impedir a busca por uma saída diplomática para o conflito”.
O governo russo também criticou a “maldade com que a Ucrânia comemorou” os dois incidentes ferroviários nas regiões de Kursk e Bryansk, ocorridos entre a noite do último sábado (31/05) e a madrugada deste domingo, que deixaram sete mortos e 71 feridos.
“Ocorreu uma tragédia. A reação na Ucrânia, que considero mórbida, é impressionante. Basta ver a alegria maliciosa expressa por políticos e ativistas de lá!”, disse a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova.
Já Andrey Klishas, presidente do Comitê de Legislação Constitucional e Estado na Câmara Alta do Conselho da Federação, denunciou que o incidente “expõe a natureza terrorista do regime de Kiev”.
“A explosão da ponte e o descarrilamento do trem de ageiros na região de Bryansk demonstram que a Ucrânia é governada por um grupo de terroristas”, escreveu o senador russo em seu canal no Telegram. Segundo ele, “a Ucrânia perdeu sua soberania há muito tempo e, desde então, se transformou em um enclave terrorista sem lei, sem fronteiras ou governo legítimo”.
“Deveríamos responder estabelecendo uma zona de segurança, grande o suficiente para impedir qualquer infiltração terrorista em nosso país no futuro. E a terra que ainda se chama Ucrânia deveria ser completamente desnazificada e desmilitarizada, com o Estado sendo reestabelecido”, enfatizou.

Sergey Korovkin 84/Wikicommons
Dois incidentes ferroviários na mesma noite
A Ferrovia Russa informou que um trem de ageiros que ia de Klimov a Moscou descarrilou no trecho ferroviário de Pilshino-Vygonichi, na região de Bryansk, às 22h44, no horário de Moscou.
Posteriormente, o governador Alexander Bogomaz afirmou que o trem descarrilou após a explosão de uma ponte. Entre as vítimas estão o maquinista e outros nove funcionários.
A autoridade russa detalhou nesta manhã que 47 pessoas, incluindo três crianças, foram hospitalizadas após o ocorrido. Segundo Bogomaz, um menino de oito meses ferido no incidente será levado para Moscou.
Em um incidente separado, a locomotiva e três vagões vazios de um trem de carga descarrilaram depois que uma ponte ferroviária desabou no distrito de Zheleznogorsk, na região de Kursk, às 2h21, horário de Moscou, deste domingo.
Alexander Bastrykin, chefe do Comitê Investigativo da Rússia, instruiu o Departamento Principal de Investigação do Comitê a conduzir uma investigação criminal sobre os dois incidentes.
Ataque massivo de drones
Em escalada do conflito, a Ucrânia realizou, também neste domingo (01/06), uma série de ataques com drones contra aeródromos militares russos nas regiões de Murmansk, Irkutsk, Ivanovo, Ryazan e Amur, segundo informou o Ministério da Defesa russo.
Classificando a ofensiva como “terrorista”, a pasta acrescentou que os ataques nas regiões de Ivanovo, Ryazan e Amur foram repelidos.
“Não houve registro de vítimas entre militares ou civis. Alguns dos envolvidos nos ataques terroristas foram detidos. Como resultado do lançamento de drones de territórios próximos a aeródromos militares nas regiões de Murmansk e Irkutsk, várias aeronaves pegaram fogo. Os incêndios foram extintos”, informou ainda ministério.
(*) Com Tass
