Rússia ataca centros de defesa da Ucrânia em resposta a ‘atos terroristas’

O Ministério da Defesa da Rússia afirmou que os ataques massivos lançados ao longo da madrugada desta sexta-feira (06/06) contra centros industriais de defesa da Ucrânia foram uma resposta aos recentes “atos terroristas” promovidos por Kiev que, por sua vez, danificou aeródromos militares nas províncias de Murmansk, Irkutsk, Ivanovo, Ryazan e Amur.

Os alvos dos ataques da Rússia incluíram “escritórios de design, empresas envolvidas na produção e reparo de armas e equipamentos militares da Ucrânia, oficinas para a montagem de drones de ataque, centros de treinamento de voo, bem como armazéns de armas e equipamentos militares”, segundo a pasta, que logo confirmou que “todas as instalações designadas foram atingidas”.

Horas depois da ofensiva ocorrida, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky usou suas redes sociais para pedir à comunidade internacional, sobretudo seus aliados Estados Unidos e os países europeus, pressão contra Moscou para “parar esta guerra”. 

Segundo o chefe do Departamento de Comunicações do Comando da Força Aérea das Forças Armadas da Ucrânia, Yuriy Ignat, citado pela Rbc Ukraina, foram usados mais de 400 drones e cerca de 44 mísseis na nova ofensiva, deixando ao menos quatro mortos e quase 50 feridos em todo o país.

“No total, os russos usaram 407 drones de ataque no território do nosso estado hoje. Há também informações de que o inimigo usou seis mísseis balísticos e 38 mísseis de cruzeiro, a maioria dos quais foram destruídos”, explicou Ignat.

De acordo com Zelensky, Moscou atingiu quase todas as áreas do país, principalmente as regiões de Volhynia, Lviv, Ternopil, Kiev, Sumy, Poltava, Khmelnytskyi, Cherkasy e Chernigov.

Vale lembrar que na quinta-feira (05/06), o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, já havia antecipado que a nação responderia aos ataques da Ucrânia contra seus aeródromos estratégicos no momento e da forma que o Exército russo considerasse necessário.

Na semana ada, o governo de Zelensky escalou a guerra ao explodir duas pontes ferroviárias na Rússia nas províncias de Bryansk e Kursk, descarrilando trens civis e de carga e matando pelo menos sete e ferindo mais de 120. Segundo o comitê de investigação estatal russo, crianças também se incluíram na lista de vítimas. 

Na quarta-feira (04/06), o presidente russo, Vladimir Putin, descreveu os incidentes de sabotagem ferroviária como “sem dúvida um ato terrorista” cometido pelo “regime ilegítimo de Kiev”, que, segundo ele, está “gradualmente se transformando em uma organização terrorista”. 

“Todos os crimes cometidos contra a população civil, incluindo mulheres e crianças, às vésperas da próxima rodada de negociações de paz que propusemos em Istambul, tinham o claro objetivo de interromper o processo de negociação. Os ataques contra civis foram deliberados”, criticou.

(*) Com Ansa e RT en Español