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Sábado, 14 de junho de 2025
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O Brasil denunciou nesta sexta-feira (13/06) que o ataque de Israel contra o Irã realizado durante a madrugada, segundo o horário local, foi uma “clara violação à soberania” de Teerã e ao direito internacional.

Por meio de uma nota do Ministério das Relações Exteriores, o governo brasileiro expressou “firme condenação” e disse acompanhar “com forte preocupação” a ofensiva realizada por Tel Aviv.

“Os ataques ameaçam mergulhar toda a região em conflito de ampla dimensão, com elevado risco para a paz, a segurança e a economia mundial”, alertou Brasília, instando “todas as partes envolvidas ao fim imediato das hostilidades”.

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O que aconteceu?

O Irã foi alvo de um bombardeio lançado pelas forças de Israel, que atingiu o bairro de Mahallati, na capital Teerã, conhecido como área residencial de oficiais militares. Segundo o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, o ataque foi feito porque o Irã estaria próximo de conseguir uma arma nuclear.

Após o ataque, as forças israelenses relataram que diversos oficiais da Guarda Revolucionária Islâmica (IRGC, por sua sigla em inglês), foram mortos.

Entre as vítimas do ataque, o governo iraniano confirmou a morte de dois líderes militares: o chefe da Guarda Revolucionária, general Hossein Salami, e o chefe do Estado-Maior do Exército, general Mohammad Bagheri. Além deles, dois cientistas nucleares também morreram nos ataques: Fereydoun Abbasi e Mohammad Mehd.

Mais cedo Opera Mundi chegou a noticiar que mídias norte-americanas informaram que o governo Netanyahu estava “totalmente preparado” para atacar instalações nucleares do Irã.

Após o ataque, Netanyahu transmitiu uma declaração na qual afirmou que o ataque teve como objetivo a destruição do programa nuclear, os mísseis balísticos e as capacidades militares do Irã. “Esta operação continuará enquanto for necessário, até concluirmos a missão”, advertiu o mandatário israelense.

A retaliação iraniana foi autorizada logo depois pelo líder supremo Ali Khamenei, que rechaçou os ataques israelenses e deu total liberdade de ação às Forças Armadas de seu país para uma resposta.

Khamenei ainda afirmou que os ataques das forças israelenses foram um “crime” e que Tel Aviv enfrentará um “destino amargo e terrível”. A agressão israelense foi classificada pelo Irã como uma “declaração de guerra”.

Sobre a justificativa nuclear, o argumento de Israel é refutado pelo Irã. O país afirma que o urânio enriquecido é utilizado para abastecer usinas nucleares que fornecem energia elétrica à população.

Irã foi alvo de bombardeio lançado pelas forças de Israel, que atingiu o bairro de Mahallati, na capital Teerã
Meghdad Madadi/Tasnim

Novos ataques israelenses e retaliação do Irã

Após o bombardeio do dia anterior, o governo de Israel realizou novos ataques nesta sexta-feira (13/06), que atingiram um aeroporto militar em Tabriz, no noroeste do Irã, bem como na usina nuclear de Natanz, na região central, de acordo com a agência de notícias Tasnim.

Os ataques israelenses atingiram cerca de 100 alvos no Irã, incluindo outras instalações nucleares e militares, além de bairros residenciais localizados na capital Teerã.

Após a nova ofensiva, Israel matou novas autoridades iranianas: o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas iranianas, major-general Mohammad Hossein Baqeri; o comandante do quartel-general central de Khatam al-Anbia do Irã, major-general Gholam Ali Rashid; e pelo menos mais quatro cientistas nucleares iranianos, segundo Tasnim. 95 pessoas também foram feridas entre os dois ataques de Tel Aviv.

Em represália, o governo iraniano lançou mais de 100 drones contra Israel. De acordo com as Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês), todos os dispositivos iranianos teriam sido interceptados, mas destacou que a nação se encontra em estado de emergência diante da possibilidade de novos ataques.

Acordo nuclear com os EUA

O ataque de Israel aconteceu dois dias antes de uma nova rodada de negociações entre Teerã e Washington no âmbito de um acordo em relação ao programa nuclear iraniano. Contudo, as autoridades iranianas “já haviam alertado que qualquer ação militar errada atrairia uma resposta firme e definitiva do Irã”, informou a Tasnim.

Na semana ada, Ali Khamenei rechaçou de forma dura os termos apresentados pelos Estados Unidos, que exige o fim do enriquecimento de urânio.

Já o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nas suas redes sociais que instruiu todo o seu governo agir diante do ocorrido para buscar uma solução diplomática com o Irã. O republicano ainda afirmou que o Irã deve fechar um acordo “antes que seja tarde demais”, caso contrário haverá mais “morte e destruição”.

O presidente norte-americano afirmou, no entanto, que os EUA não tiveram participação no ataque contra o Irã.

Apesar do envolvimento dos Estados Unidos não estar confirmado, a Irna recordou que o governo Trump emitiu ordens de evacuação de funcionários não essenciais da embaixada no Irã, afirmando que a inteligência norte-americana havia indicado que Israel planejava o ataque.

Além disso, minutos após iniciados os ataques, o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, deu uma declaração dizendo que a Casa Branca foi informada por Israel sobre a operação que estava sendo planejada, mas enfatizando que “nosso governo não está envolvido em ataques contra o Irã”.

(*) Com informações de Al Jazeera, Brasil de Fato, Irna, Sputnik, Tasnim, e The Guardian