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Sábado, 14 de junho de 2025
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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e seus assessores estavam “apenas fingindo” se opor ao ataque reivindicado pelo governo de Israel contra o Irã, revelou uma apuração do portal norte-americano Axios em matéria publicada nesta sexta-feira (13/06). De acordo com duas autoridades israelenses ouvidas pela reportagem, houve “claramente uma luz verde” por parte de Washington para a execução da ofensiva. 

“O objetivo, dizem eles, era convencer o Irã de que nenhum ataque era iminente e garantir que os iranianos na lista de alvos de Israel não se mudassem para novos locais”, relatou o site sobre a tática norte-americana de manter as lideranças do Irã desprevenidas.

Como resultado, os ataques ocorridos ao longo da madrugada, que atingiram áreas residenciais da capital Teerã para além de instalações nucleares e militares iranianas, assam: o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, major-general Mohammad Hossein Baqeri; o comandante do Corpo de Guardas da Revolução Islâmica, major-general Hossein Salami; o comandante do quartel-general central de Khatam al-Anbia do Irã, major-general Gholam Ali Rashid; e pelo menos seis cientistas nucleares iranianos, segundo a agência estatal Tasnim.

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Por sua vez, as fontes israelenses consultadas pelo Axios relataram que, na segunda-feira (09/06), assessores do primeiro-ministro sionista Benjamin Netanyahu teriam mentido à imprensa local de que, durante a conversa telefônica entre as lideranças de Washington e Tel Aviv naquele dia, Trump teria tentado frear um possível ataque ao Irã, “quando na verdade a ligação tratava da coordenação antes do ataque”.

“O lado dos EUA não confirmou nada disso. Nas horas antes e depois do ataque, o governo Trump se distanciou da operação israelense em declarações públicas e mensagens privadas aos aliados”, acrescenta a reportagem. 

Após os bombardeios iniciais de Tel Aviv, o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, fez um pronunciamento imediato de que a operação israelense foi “unilateral”, desvinculando os EUA da situação. Entretanto, momentos depois, Trump confirmou que a Casa Branca tinha conhecimento do ataque, mas que não houve envolvimento militar de seu país.

Mais tarde, o Ministério das Relações Exteriores iraniano reiterou por nota que “os atos de agressão do regime sionista contra o Irã não poderiam ter sido realizados sem a coordenação e aprovação dos EUA”, definindo o governo norte-americano como “principal patrocinador” de Israel e alertando que a nação “também será responsabilizado pelas perigosas repercussões das ações imprudentes do regime sionista”.

Ataque de Israel contra instalações, líderes militares e cientistas nucleares no Irã foi coordenado com os EUA, informa portal norte-americano
Daniel Torok/White House

Articulação de oito meses

A operação israelense contra capacidades nucleares e de mísseis balísticos do Irã consumiu oito meses de preparação “clandestina”, segundo o Axios. Além do uso de dispositivos aéreos, a sua execução contou com o auxílio, também, de operações secretas conduzidas por agentes do serviço de inteligência Mossad.

O portal informa que, “nos bastidores”, a ideia da operação arquitetada pelo regime sionista consolidou-se pouco depois que Teerã atacou Tel Aviv em outubro ado. Na ocasião, a ofensiva reivindicada pela Guarda Revolucionária revelou se tratar de uma retaliação pelos assassinatos do líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, do líder político do Hamas, Ismail Haniyeh, além de um comandante iraniano de alto escalão. Por sua vez, Israel atacou “estruturas de produção de mísseis” do Irã, escalando as tensões regionais.

O portal norte-americano relatou que a recente ofensiva israelense foi motivada “pelo rápido crescimento do arsenal de mísseis do Irã quanto por suas defesas aéreas enfraquecidas após a retaliação de Israel”. Além disso, outro fator foi o conhecimento sobre o potencial do regime iraniano em construir uma bomba atômica.

“A abertura planejada nas próximas semanas de uma nova instalação subterrânea de enriquecimento de urânio, que seria imune até mesmo a grandes destruidores de bunkers dos EUA, aumentou a urgência”, acrescenta. 

Nos últimos dias, Trump declarou, repetidas vezes, oposição a um possível ataque israelense, uma vez que poderia atrapalhar nas negociações em curso com o Irã referentes ao programa nuclear. Já nesta sexta-feira, o magnata ameaçou o Teerã ao dizer que o regime iraniano “tem que fazer um acordo, antes que não sobre mais nada”.

“Acho que [o ataque] tem sido excelente. Demos a eles uma chance, e eles não aproveitaram. Eles foram atingidos com força, muito força. Eles foram atingidos com a mesma força que você pode ser atingido. E há mais por vir. Muito mais”, avaliou Trump em entrevista ao canal ABC News.