Coreia do Norte interrompe propaganda anti-Sul na fronteira, diz Seul
Pyongyang suspendeu transmissões por alto-falantes um dia após presidente sul-coreano proibir provocações ao país vizinho
A Coreia do Sul informou nesta quinta-feira (12/06) não ter identificado qualquer sinal de propaganda anti-Seul por parte de Pyongyang na fronteira entre os países. O anúncio ocorre um dia após a gestão do novo presidente Lee Jae Myung, do Partido Democrático da Coreia (DPK, por sua sigla em inglês) ter determinado a suspensão completa do envio de materiais provocativos por parte de sua nação.
“Não houve áreas hoje onde tenham sido ouvidas quaisquer transmissões norte-coreanas via alto-falantes“, relatou o Estado-Maior Conjunto sul-coreano, acrescentando que o governo segue “observando de perto as tendências relacionadas à Coreia do Norte”.
Na quarta-feira (11/06), o mandatário sul-coreano ordenou a interrupção de todas as transmissões de propaganda anti-Coreia do Norte ao longo da zona fronteiriça, incluindo áudios depreciativos e panfletos, em uma tentativa de aproximação com o regime de Kim Jong Un.
A porta-voz presidencial Kang Yoo Jeong explicou que a ordem do presidente Lee foi “feita de acordo com a vontade do governo de restaurar a confiança nas relações Norte-Sul e estabelecer a paz na Península Coreana”, além de ser “uma medida prática para aliviar o sofrimento dos residentes nas áreas fronteiriças”.

Reprodução/Yon Hap News Agency
Em junho ado, os militares sul-coreanos foram ordenados a retomar, depois de seis anos, a transmissão de propagandas críticas ao governo norte-coreano, no âmbito da gestão de extrema direita do ex-mandatário Yoon Suk Yeol. Na ocasião, a gestão conservadora alegou que se tratava de uma retaliação ao lançamento de balões de lixo por parte do país de Kim Jong Un.
O político, deposto do cargo em abril após decretar a lei marcial e desestabilizar a nação, assumiu políticas hostis e proferiu discursos provocativos no decorrer de seu mandato, aprofundando a crise entre as Coreias, que atualmente vivem sob acordo de armistício.
Entre os materiais enviados pelo Sul, incluíam-se panfletos que debochavam da política norte-coreana, notas no valor de um dólar, até pen drives contendo músicas do gênero K-pop e episódios de K-dramas.
