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Terça-feira, 10 de junho de 2025
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Após um protesto contra os cortes de energia elétrica e a distribuição de alimentos em Cuba, o presidente do país, Miguel Díaz-Canel Bermúdez, afirmou neste domingo (17/03) que a escassez gerada “pelo bloqueio econômico, comercial e financeiro imposto pelos Estados Unidos” é “aproveitada pelos inimigos da Revolução para fins desestabilizadores”.

O mandatário cubano ressaltou que “em meio a um bloqueio que pretende nos sufocar, continuaremos trabalhando em paz para sair desta situação”.

“A disposição das autoridades do Partido, do Estado e do Governo é atender às reivindicações do nosso povo, ouvir, dialogar, explicar os numerosos esforços que estão a ser feitos para melhorar a situação, sempre num clima de tranquilidade”, declarou Díaz-Canel.

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Sobre a manifestação, realizada na cidade de Santiago de Cuba, o presidente cubano denunciou a participação de “terroristas baseados nos EUA” que “incentivam ações contra a ordem interna de Cuba”.

Segundo o relato do jornalista PJ Velázquez, que reporta de Santiago de Cuba, houve mensagens em redes sociais de cidadãos norte-americanos, em Miami, sobre o incentivo aos protestos, o que “pode indicar que houve um movimento incitando as pessoas à manifestação, mas não necessariamente de Cuba”.

No ato, que foi pacífico, estiveram presentes vários funcionários do governo para estabelecer o diálogo, incluindo a primeira secretária do Partido Comunista de Cuba na província, Beatriz Johnson Urrutia.

Miguel Díaz-Canel Bermúdez/Twitter
Presidente de Cuba denunciou que bloqueio dos EUA “pretende sufocar Cuba”

Durante a conversa, o governo cubano explicou que a cesta básica está sendo parcialmente distribuída aos cidadãos. A caixa de alimentos inclui vários insumos que são distribuídos a preços altamente subsidiados no país em meio ao bloqueio norte-americano.

Segundo explicação do governo, o país não pode produzir tais insumos devido a obstáculos internos ou importá-los por causa do déficit das conversões de moedas e outras limitações impostas pelas sanções dos EUA.

Crise na energia elétrica

A pauta elétrica foi maximizada após o ministro de Energia e Minas de Cuba, Vicente de la O Levy, falar ao Cuban News Channel no último sábado (16/03) sobre os efeitos significativos no serviço elétrico em todo o país devido ao déficit de diesel e óleo combustível nas últimas semanas.

Segundo seu relato, a escassez teve um impacto negativo em vários setores da economia, alertando que a situação pode permanecer a mesma apesar do recebimento de uma quantidade de gás nos próximos dias, alegando que o combustível não será suficiente.

Chegarão ao país cerca de 40 mil toneladas de gasóleo, o que permitirá a cobertura por mais alguns dias. A sua utilização estará concentrada nos principais horários de descanso da população, segundo o ministro.

Entre as medidas que estão sendo tomadas pelo governo de Cuba para minimizar a situação, foi a sincronização da termelétrica Antonio Guiteras, a mais eficiente do país, com o sistema eletroenergético nacional. De acordo com O Levy, após a manutenção a usina poderá atingir mais potência. Além disso, lembrou que a unidade gera eletricidade a partir do petróleo cubano, o que na situação atual se torna uma vantagem.

O ministro também afirmou que apesar da “complexa situação financeira cubana”, não desistirá de prestar manutenção às centrais termoeléctricas, que funcionam com petróleo bruto nacional e fornecem a maior percentagem da electricidade consumida no país.

O Levy ainda declarou que Cuba continuará negociando com diversos fornecedores para conseguir novos fornecimentos de combustível, mesmo com as dificuldades impostas pelos EUA, que pressionam empresas a não prestar serviços ao país caribenho.

O sistema de energia elétrica de Cuba é um dos setores que mais sofreu com a crise que o país vive desde 2020, provocada pelos efeitos persistentes da pandemia de covid-19, mas também pelo contexto internacional, que aumentou os preços das matérias-primas, e o endurecimento das sanções econômicas dos Estados Unidos.

Nos dois primeiros meses de 2024, as importações de combustível pelo país caribenho ficaram abaixo de 50% dos níveis planejados, deixando todo o sistema energético de Cuba em uma situação vulnerável, o que foi refletido no aumento da escassez de energia, cujo déficit ultraou 1.000 mW, ou quase 30% do consumo diário.

(*) Com Sputnik e TeleSUR