Cuba, Bolívia e organizações sociais repudiam perseguição contra Cristina Kirchner
Comunidade internacional acusa lawfare na decisão da Suprema Corte argentina de manter pena de seis anos de prisão contra ex-presidente
Os presidentes de Cuba, Miguel Díaz-Canel, e da Bolívia, Luis Arce, assim como políticos de outros países, expressaram nesta terça-feira (10/06) seu apoio à ex-presidente argentina Cristina Fernández de Kirchner (CFK), após a Suprema Corte manter a pena de seis anos de prisão por suposta corrupção, no que é considerado um golpe político e judicial.
Díaz-Canel escreveu nas redes sociais: “Reafirmamos nosso apoio inabalável a Cristina Fernández de Kirchner diante deste episódio de judicialização política.”Referindo-se ao episódio como um novo caso de lawfare, o presidente cubano observou que “mais uma vez, o sistema de justiça com motivações políticas está sendo usado como ferramenta pela direita contra líderes progressistas da região. Força, querida Cristina.”
Reafirmamos nuestro invariable apoyo a @CFKArgentina ante episodio de judicialización política.
Una vez más se utiliza la justicia con motivaciones políticas como instrumento de la derecha contra referentes progresistas de la región.
Fuerza, estimada Cristina.#TodosConCristina pic.twitter.com/lktXNtGFpz
— Miguel Díaz-Canel Bermúdez (@DiazCanelB) June 10, 2025
O presidente Luis Arce disse: “Da Bolívia, expressamos nosso firme apoio e solidariedade à irmã de Fernández de Kirchner diante do claro uso da justiça como ferramenta para minar as forças de esquerda e o campo nacionalista popular.”
“Reafirmamos nosso apoio à soberania e à dignidade do povo irmão argentino “, declarou o chefe de Estado boliviano.
Desde Bolivia expresamos nuestro firme apoyo y solidaridad con la hermana @CFKArgentina, frente a un evidente uso de la justicia como herramienta para socavar las fuerzas de izquierda y del campo nacional popular.
Reafirmamos nuestro respaldo a la soberanía y a la dignidad del…— Luis Alberto Arce Catacora (Lucho Arce) (@LuchoXBolivia) June 10, 2025
O ex-presidente boliviano Evo Morales também enviou uma mensagem de solidariedade à ex-presidente argentina (2007-2015), que também foi impedida de exercer cargos públicos. A ex-presidente anunciou há alguns dias que tentaria se candidatar a deputada nas próximas eleições legislativas na província de Buenos Aires, marcadas para setembro próximo.
“Com profunda indignação, expresso minha solidariedade à Irmã Cristina Fernández de Kirchner, sua família e ao povo revolucionário da Argentina. A injusta pena de seis anos de prisão e inabilitação perpétua nada mais é do que perseguição política para banir uma liderança popular”, declarou Morales.
Con profunda indignación expreso mi solidaridad con la hermana @CFKArgentina, su familia y al pueblo revolucionario de #Argentina. La condena injusta de seis años de cárcel e inhabilitación perpetua no es otra cosa que persecución política para proscribir a una lideresa del… pic.twitter.com/NYj9GXfbJl
— Evo Morales Ayma (@evoespueblo) June 10, 2025
“Estamos vivendo uma repetição do Plano Condor: não são mais os militares a serviço do império; agora são os juízes subservientes às oligarquias que dão golpes judiciais contra aqueles que defendem a soberania e os direitos da maioria”, afirmou.

Reprodução / @CFKArgentina
“Fazemos um chamado à unidade e à mobilização do povo argentino em defesa da democracia. Cristina não está sozinha. Do coração da Pátria Grande, nos unimos à luta contra a guerra jurídica e por uma América Latina livre, digna e soberana”, concluiu o ex-presidente boliviano.
Do Brasil, o Instituto Lula expressou sua profunda “preocupação e condenação pela prisão de Cristina Kirchner, em um contexto que demonstra graves violações aos direitos fundamentais e ao devido processo legal”.
“A construção de teorias jurídicas que buscam responsabilizar Cristina Kirchner pelos atos de seus subordinados, sob uma interpretação questionável do direito istrativo, representa um retrocesso perigoso para a separação de poderes e o Estado de Direito. Tal prática não afeta apenas a ex-presidente, mas também lança uma sombra sobre o funcionamento da democracia na Argentina , ameaçando o equilíbrio de poder e a própria democracia”, afirmou.
O Instituto Lula anunciou que se junta ao Grupo Puebla e ao Conselho Latino-Americano de Justiça e Democracia (CLAJUD) para alertar a comunidade internacional sobre tentativas de silenciar vozes políticas e deslegitimar líderes que buscam promover a justiça e a igualdade social. A condenação de Cristina Kirchner não é apenas uma questão interna da Argentina: é um alerta a todos os países da região sobre os riscos à democracia e ao Estado de Direito.
“Exigimos que os princípios do devido processo legal sejam respeitados e que a justiça prevaleça , garantindo que a política não seja usada como arma de perseguição”, observou.
O Instituto Lula manifesta sua profunda preocupação e repúdio em relação à prisão de Cristina Kirchner @CFKArgentina, em um contexto que evidencia sérias violações dos direitos fundamentais e do devido processo legal.
🔗 Leia a nota em nosso site: https://t.co/a16mVfmQXr pic.twitter.com/xYdI5Vugfq
— Instituto Lula (@inst_lula) June 11, 2025
Da mesma forma, na Espanha, líderes do partido político Podemos descreveram a condenação do ex-presidente como um golpe e uma guerra suja.
Irene Montero, deputada do Podemos, declarou que “a condenação de Cristina Fernández é uma tentativa de golpe: uma guerra suja, judicial e midiática, para que, ao atingir uma pessoa, toda uma população renuncie a uma vida com direitos”.
“Querem que ela seja presa e afastada da política. As forças democráticas do mundo precisam nos ver do lado dela. Com você, Cristina”, escreveu Montero.
La condena a Cristina Fernández es golpismo: guerra sucia judicial y mediática para que, golpeando a una, todo un pueblo renuncie a una vida con derechos
La quieren presa y fuera de la política. A las fuerzas democráticas del mundo nos deben encontrar a su lado
Contigo Cristina https://t.co/Q542P7xKzj
— Irene Montero (@IreneMontero) June 10, 2025
