Chavismo celebra eleições gerais na Venezuela: 'derrotamos o fascismo'
Processo eleitoral escolhe 285 deputados à Assembleia Nacional, 24 governadores e 260 legisladores regionais
O presidente do Comando da Campanha Ven25+, Jorge Rodríguez, afirmou neste domingo (25/05) que a Venezuela “derrotou o fascismo com democracia”. “Hoje mostramos do que somos feitos”, descreveu o político, que afirmou que as eleições gerais foram uma “vitória da nossa coragem e força como venezuelanos”.
Pela primeira vez na história do país, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) convocou eleições paralelas para escolher 24 governadores, 285 deputados para a Assembleia Nacional e 260 para os Conselhos Legislativos. Outro detalhe inédito foi o fato de o Essequibo eleger congressistas e um chefe do Executivo estatal. Ao todo, foram 25 estados que participam das legislativas. O Distrito Capital não tem governador, o que faz com que a disputa seja em 24 estados.
No total, 21.485.669 venezuelanos estavam aptos a votar, além de 196.824 estrangeiros residentes no país, segundo o CNE.
“Toda a Venezuela, sem derramamento de sangue, derrotou o fascismo em todas as frentes e está sepultada pela democracia bolivariana”, disse Rodríguez, declarando que “hoje escrevemos juntos uma página gloriosa na história da Venezuela “.
Por outro lado, o presidente da atual Assembleia Nacional também enfatizou que deram uma “lição ao mundo inteiro sobre a profundidade e a intensidade com que o povo da Venezuela vive sua democracia”.
Votação prorrogada
Mais cedo, o presidente d CNE, Elvis Amoroso, anunciou que foi decidido prorrogar em uma hora o processo de votação nas eleições gerais e legislativas que ocorrem neste domingo. A medida foi mantida em cada centro de votação até que não haja eleitores na fila para exercerem seu direito de voto.
“Informamos o país, nosso povo, há muitos eleitores nos centros eleitorais, os reitores decidiram fazer uma prorrogação por mais uma hora ou até que a fila termine em diferentes centros, o povo da Venezuela que ainda está nas filas, temos essa prorrogação, se ainda houver eleitores”, disse o presidente do CNE.
Desde o início do dia, as seções eleitorais registraram longas filas de eleitores. Após votar em Monagas, o vice-presidente setorial, Diosdado Cabello, ressaltou que “o povo da Venezuela não é parado por ninguém” e descreveu o dia como uma “lição contra as campanhas de ódio”.
À tarde, o presidente Nicolás Maduro exerceu seu direito ao voto e assegurou o diálogo com os candidatos eleitos “independente de quem sejam”.

Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela
Direita rachada
Rechaçando o boicote promovido pela deputada de extrema direita María Corina Machado, da Plataforma Unitária, os candidatos da oposição participaram ativamente das eleições e incentivaram a população a votar. Antonio Ecarri, da Pencil Alliance, disse que “a paz é alcançada através do voto”, enquanto Luis Parra, da Primero Venezuela, ressaltou que o voto é “direto, universal e secreto”.
O governador de Nueva Esparta, Morel Rodríguez Ávila, pediu à população que “mostre ao mundo que queremos mais democracia”, enfatizando que o voto é “o único instrumento que o povo tem”.
José Brito, candidato ao governo do estado de Anzoátegui, votou e declarou que “não vamos permitir que a indiferença decida por nós”.
“A abstenção só beneficia aqueles que não querem mudanças. Hoje é a hora de levantar nossas vozes”, afirmou, acrescentando que o voto, independente do resultado, pode se tornar uma ferramenta para uma mudança concreta.
Vale lembrar que as eleições contam com mais de 400 observadores internacionais. Elis Quedraogo, de Burkina Faso, já confirmou a normalidade do processo após supervisionar as seções eleitorais.
“Vimos uma organização muito boa do Conselho Nacional Eleitoral e total profissionalismo dos membros da seção eleitoral”, declarou, apontando também para a ausência de incidentes em todos os centros visitados e esclarecendo que não houve eleitores “com dificuldades de identificação ou falta de material eleitoral”.
(*) Com Telesur
