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Quarta-feira, 11 de junho de 2025
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O presidente francês, Emmanuel Macron, iniciou, nesta terça-feira (27/08), uma nova rodada de consultas para nomear um primeiro-ministro, depois de se recusar a indicar um governo de esquerda, agravando um clima político cada vez mais tenso. 

O presidente de centro-direita já descartou voltar a se reunir com o partido de esquerda A França Insubmissa (LFI) e com a extrema direita de Marine Le Pen e seus aliados. Os líderes socialistas, ecologistas e comunistas, aliados da LFI na coalizão de esquerda Nova Frente Popular (NFP), anunciaram, no entanto, que não participarão do governo, depois que Macron se recusou a nomear a candidata à primeira-ministra da NFP, a economista Lucie Castets. 

Como principal bloco oriundo das eleições legislativas realizadas há dois meses, ainda que distante da maioria absoluta, a NFP considera que cabe a ela formar o governo, mas Macron a rejeitou na segunda-feira em nome da “estabilidade institucional”. 

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A LFI, ao lado de organizações estudantis, convocou uma “grande manifestação contra o golpe” de Macron para 7 de setembro, na primeira semana de retorno às aulas na França após as férias de verão. 

A cientista política sa, Florence Poznaski, aponta que ao recusar no nome de Castets antes de que ela apresente uma proposta de governo, o presidente Emmanuel Macron está extrapolando sua função e antecipando uma decisão que cabe ao Parlamento.

“Ele pode nomear Lucie Castets, esperar ela propor o governo, apresentar sua proposta para a Assembleia Nacional e quem vota censura são os deputados. Não é um presidente que tem que antecipar se os deputados vão votar a censura ou não. E se tiver censura, tudo bem. Mas enquanto isso, ele nomeia a representante da principal força política”, disse ela ao Brasil de Fato

Wikimedia Commons/Remi Jouan
O presidente francês, Emmanuel Macron, iniciou uma nova rodada de consultas para nomear um primeiro-ministro no país após se recusar a indicar um governo de esquerda

Macron tenta isolar o partido de esquerda A França Insubmissa, afirmando que não aceitaria um governo formado por representantes do partido. O líder do partido, Jean-Luc Mélenchon, por sua vez, sinalizou que a LFI retiraria seus representantes da formação do novo governo, em favor de Lucie Castets, mas, mesmo assim, Macron se negou a nomeá-la como primeira-ministra.

“Todos os deputados, as figuras políticas da centralidade do Macron, tentaram demonizar a França Insubmissa, inclusive para enfraquecer a coesão da Nova Frente Popular e tentar recuperar alguns candidatos do Partido Socialista para legitimar um governo centrista”, aponta Poznaski.

O socialista Olivier Faure denunciou na televisão 2 “uma paródia de democracia”, enquanto a ecologista Marine Tondelier considerou na rádio info que o presidente está “em plena deriva iliberal”. 

Outra irregularidade que vem sendo apontada pela esquerda sa em relação à interferência de Macron no processo acontece em relação à eleição da representante da Assembleia Nacional. A vitória de Yaël Braun-Pivet, ao final de julho, contou com votos de ministros do governo provisório – que se licenciaram do cargo para a votação. 

“Como a candidata do governo tinha poucos votos, os ministros foram votar na Assembleia Nacional o que permitiu que ela fosse reeleita. Isso criou uma questão constitucional. Inclusive, a Nova Frente Popular pediu para que seja analisada essa questão porque você não pode, ao mesmo tempo, ser deputado e ministro. Você não pode continuar a exercer a função de ministro, e voltar a votar na Assembleia Nacional. Esse é um ponto que tem sido questionado e que não teve resposta.”