Itália anuncia repatriação de cidadãos sem documento nos EUA após ameaças
Possibilidade de envios para Guantánamo fez governo Meloni agir; Casa Branca esclareceu transferências para base militar em Cuba
O governo da Itália anunciou nesta quarta-feira (11/06) que irá repatriar seus cidadãos que estão com a documentação irregular nos Estados Unidos para evitar que sejam transferidos para as instalações militares da Baía de Guantánamo, em Cuba. A reação italiana ocorreu após o jornal norte-americano Washington Post publicar a informação.
O ministro das Relações Exteriores italiano, Antonio Tajani, afirmou que o país está pronto para receber seus cidadãos que se recusam a serem deportados.
“As primeiras informações vindas do Departamento de Segurança Interna [norte-americano] nos dizem que Guantánamo seria usada para imigrantes ilegais de países que não aceitam repatriações”, comentou Tajani sobre a proposta do presidente dos EUA, Donald Trump, anunciada em janeiro, de enviar imigrantes sem autorização no país ao antigo presídio de segurança máxima.
“A Itália já comunicou ao governo [norte-americano] que irá repatriá-los. Portanto, não existe a possibilidade de nossos cidadãos serem enviados para lá”, disse Tajani.
A autoridade italiana ainda criticou a gestão Trump por não emitir “nenhum comunicado oficial” sobre o envio de estrangeiros com documentação irregular que não aceitam a deportação, havendo apenas “uma notícia na imprensa”.

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No entanto, acrescentou que está previsto um telefonema na próxima quinta-feira (12/06) com o secretário de Estado de Trump, Marco Rubio, para abordar o tema.
“Estamos prontos a trazer os italianos e não vejo maiores perigos para os que estejam irregulares [nos EUA]”, reforçou o ministro.
Após a reação italiana, a Casa Branca respondeu, também nesta quarta-feira (11/06) que imigrantes europeus em situação de documentação irregular nos Estados Unidos não estariam incluídos no grupo de transferimento para as instalações militares da Baía de Guantánamo.
“É uma fake news. Isso não vai acontecer”, declarou a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt por meio de uma publicação na rede social X, mencionando a reportagem do Washington Post, intitulada “Trump aumentará transferidos para Guantánamo, incluindo cidadãos de países aliados”.
(*) Com Ansa e informações de Washington Post
