Líder opositor ao governo de Milei é detido pela Polícia na Argentina
Juan Grabois, que concorreu nas primárias presidenciais nas últimas eleições, ou madrugada numa delegacia após participar de ato contra fechamento do Instituto Perón
A Polícia Federal da Argentina (PFA) libertou neste domingo (08/06) o ativista argentino Juan Grabois, líder do movimento Frente Pátria Grande, que havia sido detido no dia anterior, ao participar de uma mobilização no edifício sede do Instituto Perón.
No sábado (07/06), Grabois participou de uma manifestação contra o fechamento da entidade, por decisão do presidente Javier Milei. O ato foi fortemente reprimido pelas forças de segurança, e terminou com oito ativistas presos.
Ao sair da delegacia, na qual ou toda a noite de sábado para domingo, o líder político apareceu enrolado em uma bandeira argentina, e disse que “o Milei pode me prender, mas não vai tirar a bandeira argentina de mim”.
“Quando eu for presidente essas coisas vão mudar. Nesta noite, eu vi como a ministra (Patricia) Bullrich (da Segurança) trata o seu pessoal, com instalações precárias e sem calefação, as pessoas andando em meio aos ratos, computadores dos Anos 80, e isso que eu falou é da situação do pessoal policial, não dos presos, porque eu não fiquei numa cela”, comentou o ativista.
Quem é Juan Grabois
O ato no qual Grabois foi preso tinha como objetivo evitar o fechamento do edifício localizado no bairro da Recoleta, em Buenos Aires, o qual, antes de ser a sede do Instituto Perón, foi a residência do ex-presidente Juan Domingo Perón (1946-1955 e 1973-1974) e sua esposa, Evita Perón.

Frente Pátria Grande
Vale recordar que, em 2023, Grabois foi pré-candidato presidencial pelo mesmo movimento Frente Pátria Grande, e perdeu as prévias contra o então ministro da Economia, Sérgio Massa, que foi o representante da coalizão União Pela Pátria, que reuniu diferentes setores do peronismo – incluindo o kirchnerismo.
O ativista também é conhecido por ser uma pessoa que tinha forte ligação com o recentemente falecido papa Francisco. Por exemplo, em junho de 2018, ele foi o enviado especial do pontífice para levar um rosário especial ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva quando ele estava na prisão, em Curitiba.
Versão do Governo
Em resposta ao discurso de Grabois, o Ministério do Capital Humanos do governo de Milei afirmou que a ação policial teve como objetivo “impedir que vândalos tomassem à força e destruíssem o patrimônio histórico e cultural do instituto”.
Vale lembrar que o Ministério do Capital Humano é uma pasta criada especialmente durante o atual governo argentino, para substituir os desativados ministérios da Educação, Saúde, Moradia e Trabalho.
Com informação de El Destape.
