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Quarta-feira, 11 de junho de 2025
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O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, afirmou nesta quarta-feira (04/06) que o país não abandonará seu processo de enriquecimento de urânio em contraponto à recente proposta norte-americana sobre o programa nuclear iraniano, e disse que a questão não é assunto dos Estados Unidos.

“A primeira palavra que os EUA dizem é que o Irã não deve ter uma indústria nuclear e deve ser dependente dos Estados Unidos. Nossa resposta para a falta de noção norte-americana é clara: eles não podem fazer nada quanto a essa questão”, disse.

O discurso foi realizado no complexo de Haram Motahhar, na capital Teerã, por ocasião do 36º aniversário do falecimento do aiatolá Ruhollah Khomeini, líder da Revolução Iraniana. A reportagem de Opera Mundi acompanhou a fala in loco. Dezenas de milhares de muçulmanos do país e de diversas partes do mundo entrecortavam o discurso do líder supremo entoando gritos de “abaixo os EUA” e “abaixo Israel” de dentro do complexo, que abriga o mausoléu de Khomeini.

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A exposição do líder supremo Ali Khamenei é uma resposta à demanda da istração Trump de que o Irã não seja capaz de enriquecer urânio como parte de um novo acordo nuclear. Para o aiatolá, que citou as aplicações medicinais e científicas da indústria nuclear, para além do uso energético, os “inimigos do Irã” buscam somente privar o país de uma indústria fundamental.

“O enriquecimento de urânio é a questão-chave no setor nuclear, e é exatamente nisso que nossos adversários têm se concentrado. A ideia fundamental dos EUA é que não haja indústria nuclear, que dependamos deles para radiofármacos, energia, usinas de dessalinização e dezenas de outros campos importantes” disse Khamenei.

“Vocês, norte-americanos, têm bombas atômicas. O que lhes importa se o povo iraniano tem capacidade de enriquecimento ou não? O que lhes importa se o Irã tem uma indústria nuclear ou não" />

Discurso ocorreu pelo 36º aniversário da morte do aiatolá Ruhollah Khomeini, líder da Revolução Iraniana
TV nacional do Irã

Desde sua volta à Casa Branca, o presidente dos Estados Unidos reviveu sua campanha de “pressão máxima” contra o Irã, aumentando as sanções e ameaçando bombardear o país caso Teerã não se disponha a negociações quanto à questão nuclear. Por um lado, Washington busca impedir que os iranianos sejam capazes de produzir armas nucleares. Os iranianos, por sua vez, desejam o fim das sanções.

Durante seu primeiro mandato, em 2018, Trump foi responsável por descartar o acordo nuclear iraniano e reimpôs sanções contra o país, que respondeu aumentando sua capacidade de enriquecimento de urânio.

Gaza

Ao longo de seu discurso, o líder iraniano mencionou também o genocídio israelense em Gaza. “[Os países ocidentais] não param de falar de paz, não param de falar em direitos humanos, mas frente a matança de milhares de crianças inocentes, sem mencionar os que não são crianças, silêncio. Em Gaza foram martirizadas, em um curto período, milhares de crianças – de fato, mais de 20 mil crianças – e esses que tanto falam de direitos humanos não só não impediram isso, como ajudaram o opressor”, disse o aiatolá, que classificou as ações israelenses como crimes contra a humanidade.

Ali Khamenei também reforçou ao longo de seu discurso que os EUA são cúmplices de Israel e deveriam ser retirados da região, fazendo um chamado para que as nações islâmicas abandonem a neutralidade e tomem ações decisivas em defesa da Palestina.

Silêncio e cautela diplomática não são mais opções viáveis”, afirmou ele, que apontou também que a proximidade de nações da região com Israel não é garantia de segurança.