Musk anuncia saída de governo Trump após diferenças orçamentárias
Bilionário renunciou de pasta criada para enxugar gastos da gestão federal
O bilionário Elon Musk confirmou na última quarta-feira (28/08) sua saída do governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
O magnata de origem sul-africana havia sido nomeado no início do mandato do republicano como chefe do Departamento de Eficiência Governamental (Doge), pasta criada para enxugar os gastos da gestão federal.
“Com o fim de meu período como funcionário especial do governo, gostaria de agradecer ao presidente Trump pela oportunidade de reduzir gastos desnecessários. A missão do Doge se fortalecerá com o tempo, à medida que se tornar um modo de vida em todo o governo”, escreveu Musk em sua rede social, o X.
As my scheduled time as a Special Government Employee comes to an end, I would like to thank President @realDonaldTrump for the opportunity to reduce wasteful spending.
The @DOGE mission will only strengthen over time as it becomes a way of life throughout the government.
— Elon Musk (@elonmusk) May 29, 2025
Musk foi um dos principais financiadores de campanha de Trump em 2024 e, no comando do Doge, liderou a demissão de mais de 200 mil funcionários federais, bem como o fechamento da maior parte dos programas da Usaid, agência do governo para ajudas internacionais.
O mandato de 130 dias do bilionário terminaria em 30 de maio, mas ele decidiu antecipar a saída em meio a críticas aos gastos do governo com defesa e o consequente aumento do déficit federal.

Elon Musk/X
Além disso, Musk já vinha mostrando contrariedade aos tarifaços de Trump contra importações do mundo todo e indicando o desejo de aumentar o empenho de sua empresa automotiva Tesla, cujas vendas despencaram desde o início do ano.
À emissora CBS na última terça-feira (27/05), criticou o projeto fiscal de Trump, afirmando estar “decepcionado” com o presidente dos EUA, já que sua proposta contradiz o trabalho de revisão de gastos realizado Doge.
“Fiquei decepcionado ao ver o enorme projeto de gastos que aumenta o déficit orçamentário, ao invés de diminuí-lo, o que prejudica o trabalho que a equipe do Doge está fazendo”, disse Musk, que desde abril vinha reduzindo sua participação no atual governo.
Trump, que chamou o projeto fiscal de “grande e bela proposta”, classificando-a como “possivelmente a peça legislativa mais significativa que será assinada na história do nosso país”, conseguiu a aprovação da medida na Câmara dos Representantes na semana ada. Agora, ela precisa ser aprovada no Senado.
No entanto, para os defensores da redução do déficit, como Musk, o projeto, que prevê o corte de alguns gastos sociais, poderá aumentar a dívida nacional dos EUA em mais de US$ 3,3 (R$ 18,6 trilhões) na próxima década, segundo estimativas apartidárias.
(*) Com Ansa
