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Terça-feira, 10 de junho de 2025
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Matéria atualizada às 16h17, 03 de junho de 2025

O opositor Lee Jae Myung, ex-operário de 61 anos, foi eleito o novo presidente da Coreia do Sul nesta terça-feira (03/06). Com 99,42% das urnas apuradas, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) declarou que o candidato progressista do Partido Democrático da Coreia conquistou 49,35% dos votos contra os 41,25% do conservador Kim Moon Soo, do Partido do Poder Popular.

Com o resultado eleitoral, o político assume a Presidência de forma imediata e a posse cerimonial deverá ser celebrada na quarta-feira (04/06).

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Em seu discurso de aceitação em Seul, Jae Myung prometeu trabalhar no estabelecimento de relações pacíficas com Pyongyang, na contramão do governo anterior de Yoon Suk Yeol, do PPP, que manteve proximidade com os Estados Unidos e o Japão e sustentou políticas hostis com a nação de Kim Jong Un.

“Buscaremos negociações intercoreanas e encontraremos um caminho para a coexistência e coprosperidade”, declarou o presidente eleito, ressaltando garantia de “segurança” e “paz” à nação sul-coreana.

O político enfatizou que sua vitória reforça a definição da democracia, referindo-se ao sentimento dos eleitores contra a permanência do conservadorismo do PPP que, em dezembro ado, endossou a decretação da lei marcial do ex-presidente Yoon. Nesse sentido, Jae Myung prometeu integrar a nação polarizada.

“Vamos superar a insurreição e garantir que a ameaça de golpe militar nunca mais ocorra”, afirmou.

Além disso, o mandatário apontou como uma de suas prioridades a economia, destacando que pretende  melhorar os meios de subsistência dos civis, em um momento em que a Coreia do Sul é ameaçada pela imposição de tarifas norte-americanas de Donald Trump.

Boca de urna apontava vitória de Lee Jae Myung

Mais cedo, uma pesquisa de boca de urna conduzida pelas principais emissoras sul-coreanas — KBS, MBC e SBS — haviam apontado Lee Jae Myung como vencedor do pleito presidencial.

Segundo a projeção, o líder opositor conquistava 51,7% dos votos, em comparação com os 39,3% de seu adversário político Kim Moon Soo, do Partido do Poder Popular (PPP). Já o terceiro colocado, o candidato Lee Jun Seok, do conservador Partido da Reforma, era apontado com 7,7% dos votos.

A pesquisa, que ouviu aproximadamente 100.000 eleitores que votaram em 325 seções eleitorais de todo o país, mostrou que Jae Myung liderou na maioria das regiões entre as 17 principais cidades e províncias sul-coreanas, exceto quatro regiões com fortes redutos conservadores, que são: Busan, Daegu, e as províncias de Gyeongsang do Norte e do Sul.

Em termos de idade, o candidato presidencial do DPK liderou entre os eleitores nas faixas dos 20, 30, 40 e 50 anos, enquanto Moon Soo foi favorito entre os eleitores na faixa dos 60, 70 anos ou mais. Já em termos de gênero, Jae Myung recebeu 48,3% dos votos masculinos, seguido por Moon Soo com 39,4%. Entre as mulheres, o progressista obteve 55,1%, seguido por Moon Soo com 39,2%.

As urnas fecharam nesta terça-feira às 18h pelo horário local, concluindo o terceiro dia em que a população civil teve a oportunidade de exercer seu direito de voto no país. De acordo com o CNE, a participação civil atingiu a marca dos 79,4%. Esta taxa inclui o período de votação antecipada de dois dias na quinta e sexta-feira adas, durante o qual 34,74% dos eleitores elegíveis votaram, bem como os votos expressos no exterior. A participação final foi 2,3% maior do que os 77,1% registrados durante o pleito anterior, em 2022.

Candidato opositor, Lee Jae Myung, do Partido Democrático da Coreia, é apontado favorito em pesquisas eleitorais para a Presidência
Begin True Korea/Campanha de Lee Jae Myung

A eleição antecipada na Coreia do Sul ocorre no contexto pós-impeachment de Yoon Suk Yeol. O ex-presidente provocou uma das maiores turbulências políticas das últimas décadas no país. Envolvido em escândalos de fraude eleitoral e corrupção, em 3 de dezembro de 2024, o então mandatário declarou a lei marcial na tentativa de promover um autogolpe na Coreia do Sul.

A medida acabou gerando ondas de protestos em todo o território nacional, além de instabilidade política e impactos no mercado. Na ocasião, Opera Mundi acompanhou as marchas em Seul contra a permanência de Yoon no poder, e ouviu manifestantes que relataram à reportagem “medo” ao recordarem o período ditatorial vivenciado pelo país nas décadas adas, além de insatisfação com relação à gestão do partido ultraconservador.