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Terça-feira, 10 de junho de 2025
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No dia 30 de julho de 762 d.C., é fundada Bagdá, centro de comércio e erudição, cujas raízes remontavam à antiga Babilônia. Em 634 d.C., o recém criado Império Muçulmano se expandia na região do Iraque, que à época fazia parte do Império Persa. 

Exércitos muçulmanos, sob o comando de Khalid ibn Waleed, deslocaram-se para a região e derrotaram os persas, oferecendo aos residentes, na maioria cristãos, duas escolhas: adotar o Islã ou pagar uma taxa denominada “jizyah”, para receberem a proteção do novo governo e serem excluídos do serviço militar. 

O califa Omar ibn Al-Khattab ordenou a fundação de duas cidades para proteger o novo território: Kufah, a nova capital da região, e Basrah, a nova cidade portuária.

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A origem do nome Bagdá é controversa, já que alguns dizem que provém de uma expressão do idioma aramaico, significando “redil de ovelhas”. Outros defendem que decorre do antigo idioma persa: “bag” (Deus) e “dad” (presente). Isto é, “presente de Deus”. Em seus primeiros anos, a cidade era conhecida por lembrar deliberadamente uma expressão do Corão, referindo-se ao paraíso.

Por volta de 762 d.C., a dinastia Abassida assume o poder do vasto mundo muçulmano e muda a capital para a recém-fundada cidade de Bagdá. Ao longo dos cinco séculos seguintes, a cidade se tornaria centro mundial de educação, cultura e arte. 

Este período de glória ou a ser conhecido como “A Era de Ouro” da civilização islâmica, quando estudiosos do mundo muçulmano deram importantes contribuições às ciências e às humanidades. Sob o governo de Abbasid, Bagdá se transformou numa cidade de museus, hospitais, bibliotecas e mesquitas.

A maioria dos mais famosos sábios muçulmanos do século IX até XIII tiveram suas raízes intelectuais em Bagdá. Um dos mais célebres centros de estudo foi Bayt al-Hikmah (a Casa da Sabedoria), que atraiu estudiosos do mundo inteiro, de muitas culturas e religiões. Lá, professores e estudantes trabalhavam juntos para traduzir manuscritos gregos, preservando-os para todo o tempo. 

Cidade reuniu as principais bibliotecas e academias da civilização islâmica até ser atacada por mongóis

Wikimedia Commons

Vista panorâmica de Bagdá no século XXI

Estudavam os trabalhos de Aristóteles, Platão, Hipócrates, Euclides e Pitágoras. A Casa da Sabedoria foi a sede acadêmica do mais consagrado matemático de seu tempo: Al-Khawarizmi, o “pai” da álgebra.

Enquanto a Europa estava mergulhada nas sombras da Idade Média, Bagdá era o coração de uma vibrante e diversificada civilização. Era conhecida como a mais rica e a mais intelectual metrópole de seu tempo e segunda em dimensão, só atrás de Constantinopla.

Após 500 anos de reinado, porém, a dinastia Abbasid perdia paulatinamente sua vitalidade e relevância sobre o imenso universo muçulmano. As razões eram naturais – vastas inundações e incêndios – e, em parte, políticas – rivalidade entre muçulmanos xiitas e sunitas ocasionando problemas internos de segurança.

A cidade de Bagdá foi destruída pelos mongóis em 1258, pondo fim concretamente aos Abássidas. Os rios Tigre e Eufrates, segundo consta, tingiram-se de vermelho com o sangue de milhares de pessoas. Calcula-se que 100 mil de um milhão de habitantes de Bagdá foram massacrados. Muitas das bibliotecas, canais de irrigação e grandes tesouros históricos foram saqueados e arruinados para sempre.

Em 1638, tornou-se domínio do Império Otomano. Foi ocupada pelo exército britânico em 1917.

Em 26 de março de 1917, um corpo expedicionário britânico entrou em Bagdá, capital da Mesopotâmia, e atacam os turcos otomanos. Pelos acordos de San Remo, assinados em 1920, a Grã-Bretanha recebeu um mandato por parte da Sociedade das Nações para istrar o país. Em 1921, Bagdá foi declarada capital do novo reino do Iraque, que em 1958 seria transformado em República.

Em 1958, o exército iraquiano depôs o monarca Faiçal II, formando um governo do qual surgiria Saddam Hussein. Durante a década de 1970, Bagdá viveu um período de prosperidade e crescimento motivado por um forte aumento do preço do petróleo. 

Foram feitas infraestruturas modernas incluindo redes para abastecimento de água, eletricidade e alcatroadas ruas. 

A Guerra Irã-Iraque, de 1980-1988, foi um momento difícil para a cidade, pois o Irã pôs em marcha uma série de ataques com mísseis contra Bagdá. A cidade sofreu bombardeamentos na Guerra do Golfo, em 1991, e durante a invasão e ocupação do Iraque pelos Estados Unidos e países aliados, em 2003.

Com a deposição do regime de Saddam Hussein, a cidade foi ocupada por tropas estadunidenses. A Autoridade Provisória da Coalizão cedeu o poder ao governo provisório no final de junho de 2004 e, posteriormente, foi dissolvida.

 

Quando estaremos fartos da vida?

O caminho se corta e as tuas memórias se agitam

de longe,

Quando você veio ao mundo e quando saiu dele?

A mão que você tinha, levantada sozinha,

E nós, de longe, vemos este espantalho dos mortos,

E voltamos, ando por aqui,

Quem estava conosco?

Desde quando as palavras que se dizem vêm?

Quando o vento se vai?

Quando estaremos fartos da vida de verdade, e esqueceremos

Quem está esperando diante da porta?

Khalid al-Maaly – Poeta Iraquiano

 

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(*) A série Hoje na História foi concebida e escrita pelo advogado e jornalista Max Altman, falecido, em 2016.