Sheinbaum exige que governo Trump respeite direitos dos mexicanos detidos em Los Angeles
Presidente do México anunciou abertura de todos os canais diplomáticos para apoiar os 42 cidadãos que foram levados a centros de detenção
A presidente do México, Claudia Sheinbaum, realizou um “apelo firme” ao governo dos Estados Unidos nesta segunda-feira (09/06), pedindo para que todas as medidas migratórias sigam o “devido processo”. Além disso, mencionou a necessidade do respeito à “dignidade humana” e ao “Estado de Direito” em referência aos cidadãos mexicanos que foram detidos em decorrência das políticas anti-imigrantes de Donald Trump.
Durante a coletiva matinal, a mandatária também mencionou os protestos que têm ocorrido em Los Angeles, na Califórnia, contra as medidas tomadas pela gestão do magnata. Embora se tratem de atos em solidariedade aos imigrantes, Sheinbaum afirmou seu governo repudia atos de violência, e que “a queima de patrulhas parecia mais um ato de provocação do que de resistência”.
Por outro lado, voltou a apontar que desqualifica práticas que criminalizam a migração e ameaçam o bem-estar dos mexicanos. Nesse sentido, afirmou que todos os canais diplomáticos disponíveis estão sendo usados para apoiar seus cidadãos.
“O México está disposto a colaborar com os EUA no âmbito de ‘um desenvolvimento compartilhado da legalidade com respeito aos direitos humanos’”, disse Sheinbaum.

Gobierno de México
Por sua vez, o ministro das Relações Exteriores do México, Juan Ramón de la Fuente, reiterou que o consulado mexicano em Los Angeles iniciou esforços para entrar em contato com os cidadãos que foram detidos pelas forças norte-americanas.
Na sexta-feira (06/06), pelo menos 42 imigrantes do México foram levados a quatro centros de detenção no âmbito das recentes operações migratórias promovidas por Trump em Los Angeles, a megacidade que abriga o maior número de mexicanos no exterior. Quatro foram deportados no domingo (08/06), conforme Ramón.
As políticas norte-americanas contra os imigrantes enfureceram a população que, ao longo do fim de semana, mobilizaram protestos na Califórnia. Dezenas de pessoas já foram presas. Segundo a polícia local, ao menos 60 detenções ocorreram em San Francisco, enquanto outras 27 em Los Angeles.
Para reprimir os protestos, o governo Trump convocou tropas da Guarda Nacional à cidade norte-americana. De acordo com a Casa Branca, 2.000 militares da reserva foram ordenados para “combater a ilegalidade que se agravou” na Califórnia.
A decisão foi duramente criticada pelas lideranças estaduais e locais. O governador da Califórnia, Gavin Newsom, informou nesta segunda-feira que seu estado processará o governo Trump pela medida tomada.
“Era exatamente isso que Donald Trump queria. Ele atiçou os incêndios e agiu ilegalmente para federalizar a Guarda Nacional. A ordem que ele assinou não se aplica apenas à Califórnia. Isso permitirá que ele vá a qualquer estado e faça a mesma coisa. Vamos processá-lo”, escreveu em uma publicação da rede social X.
