Irã considera ataque israelense 'declaração de guerra' e nomeia novos chefes militares
Aiatolá Khamenei pediu união dos iranianos e indicou brigadeiro-general Mohammad Pakpour como comandante da Guarda Revolucionária
O mais recente ataque de Israel contra o território iraniano foi considerado por Teerã como uma “declaração de guerra” do regime sionista governado por Benjamin Netanyahu. Ainda não há anúncio oficial sobre qual será a resposta iraniana, mas 100 drones já foram lançados contra Israel.
Na madrugada desta sexta-feira (13/06), uma série de explosões abalou a capital do Irã. O bombardeio ocorreu a apenas dois dias do reinício das negociações nucleares entre Teerã e Washington e, segundo autoridades israelenses, mirou “dezenas” de alvos estratégicos, incluindo instalações nucleares, residências de comandantes militares e laboratórios de pesquisa científica.
Entre as vítimas, estão nomes de alto escalão do regime iraniano: Amir Ali Hajizadeh, comandante da Força de Mísseis da Guarda Revolucionária; o líder da Força de Drones; o chefe do Comando Aéreo; o comandante da Corpo de Guardas da Revolução Islâmica (IRGC), general Hossein Salami; e o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, general Mohammad Bagheri. Fontes do governo iraniano também confirmaram a morte de civis e de seis cientistas nucleares.
O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, já nomeou nesta sexta-feira o brigadeiro-general Mohammad Pakpour como novo comandante do IRGC, promovendo-o ao posto de major-general. Ele também publicou uma mensagem à nação, logo após os ataques.

Reprodução Klamenei.IR / Wikimedia Commons
“O regime sionista cometeu um crime em nosso querido país hoje ao amanhecer, com suas mãos satânicas e ensanguentadas. Revelou sua natureza maliciosa ainda mais do que antes, ao atacar áreas residenciais. O regime [sionista] deve se preparar para uma punição severa. […] Com esse crime, o regime sionista preparou para si um destino amargo e doloroso, que certamente verá”, afirmou.
‘Ato bárbaro’
“Testemunhamos um ataque selvagem e criminoso do regime sionista em Teerã e outras cidades do país durante a noite, que custou a vida de civis inocentes, incluindo mulheres e crianças, bem como comandantes militares e cientistas nucleares”, afirmou o presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, em pronunciamento oficial pela TV estatal.
“Este ato bárbaro, que viola completamente todos os compromissos internacionais, revela a natureza criminosa do regime sionista, cuja existência é baseada na ocupação, na agressão e no assassinato de crianças. A resposta poderosa e legítima da República Islâmica do Irã fará com que o inimigo se arrependa de sua ação tola”, salientou.
Ele também pediu união nacional: “apelo ao orgulhoso povo do Irã para que preserve sua unidade e coesão, evite dar atenção a rumores e informações falsas elaboradas como parte da guerra psicológica do inimigo e confie e acompanhe as autoridades para ajudar o país a superar essas condições da forma mais poderosa possível”.
‘100% preparados’
Já o general Abolfazl Shekarchi, porta-voz das Forças Armadas do Irã, reforçou o discurso presidencial ao destacar que “o inimigo cometeu um erro terrível ao atacar” o país. Ele garantiu que o Exército está totalmente preparado para ações retaliatórias”.
Shekarchi ainda afirmou que os ataques israelenses, com apoio dos EUA, foram dirigidos contra áreas residenciais e assegurou que “o regime sionista e os EUA receberão um ‘duro tapa’ na cara. Estamos cem por cento preparados”.
Vários países condenaram o ataque. O aeroporto internacional Imam Khomeini suspendeu todos os voos por tempo indeterminado.
Com The Guardian e Tasnim News.
