Após escrever ‘Palestina livre’, ativista da Flotilha é isolada em prisão israelense
Eurodeputada franco-palestina Rima Hassan foi detida após se recusar a deportação, como o brasileiro Thiago Ávila
A eurodeputada franco-palestina Rima Hassan, uma das integrantes do veleiro Madleen, da Flotilha da Liberdade, foi confinada em uma prisão solitária de Israel, da mesma forma que o ativista brasileiro Thiago Ávila, segundo confirmou nesta quarta-feira (11/06) a assessoria da ativista.
Uma publicação nas redes sociais de Hassan, que é uma refugiada palestina e deputada na União Europeia pela França, informou que a militante foi transferida à cela solitária após escrever “Free Palestine” (“Palestina livre”, pela tradução em português) na parede de onde se encontrava detida.
Segundo a Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal), tanto Hassan quanto Ávila estão na prisão de Givon, que já foi denunciada por tortura e abusos de direitos humanos contra os detentos. A mesma publicação informa que tanto a ativista franco-palestina quanto Ávila estão em greve de fome, sem detalhar os motivos.
🚨 Messages from Rima and other of the Freedom Flotilla crew.#FreedomFlotilla #FreeMadleen pic.twitter.com/4Wy9eii972
— Rima Hassan (@RimaHas) June 11, 2025
As detenções em celas solitárias de Israel, que são condenadas pelas Nações Unidas uma vez que a prática pode equivaler à tortura, ocorreram depois que os dois se recusaram a um termo de deportação.

Rima Hassan/X
Além de serem obrigados a voltar para seus países de origem, a do documento os forçaria à censura sobre o sequestro da Flotilha da Liberdade na noite do último domingo (08/06), ação que foi considerada pela comunidade internacional como “crime de guerra”.
O regime sionista também proibiu o ingresso permanente dos 12 ativistas no país, alegando que aqueles que estavam na embarcação com o objetivo de entregar suprimentos básicos aos palestinos na Faixa de Gaza estavam entrando no território israelense de forma “ilegal”. Entretanto, o navio não foi sequestrado em Israel, mas sim nas águas internacionais, o que configura uma violação do direito internacional.
Contudo, o caso específico de Hassan ainda se enquadra na Resolução 194 da ONU, de 1948, de acordo com a Fepal, que prevê o direito de retorno dos refugiados palestinos da Nakba (a grande catástrofe palestina que levou a milhões de deslocados para a criação do Estado de Israel). Mas, a resolução é descumprida por Israel.
De acordo com o centro jurídico israelense Adalah, Hassan e Ávila podem ser enviados a seus países de origem esta semana.
