Breno Altman: Lula pode ter nome entre grandes da humanidade se decidir romper com Israel
Para fundador de Opera Mundi, presidente brasileiro pode ser liderança para onda de boicote e isolamento contra o regime sionista
O presidente Lula tem a chance histórica de inscrever seu nome entre os grandes da humanidade caso decida romper com o Estado de Israel. Essa é a avaliação do jornalista Breno Altman durante o programa 20 MINUTOS ANÁLISE desta terça-feira (10/06).
Para o fundador de Opera Mundi, tal posicionamento do mandatário brasileiro seria um “gesto moral, irrevogável, radical, como exigem os tempos radicais em que vivemos”.
“A causa palestina é a grande régua moral de nossos tempos. Rompa com Israel como o mundo um dia rompeu com o apartheid sul-africano. Rompa e faça do Brasil um farol da justiça”, disse o jornalista.
Altman recordou que a posição de Lula em denunciar o genocídio de Israel contra o povo palestino foi um “bálsamo”. Porém, afirmou que, por mais que as palavras do presidente sejam “valentes e verdadeiras”, “não irão deter a máquina da morte movida por [Benjamin] Netanyahu”.
O jornalista questionou, então, como diante do “massacre cotidiano” contra a Palestina “manter relações normais com um Estado que viola todas as convenções internacionais, pratica apartheid e atenta contra a vida de um povo inteiro?”.
Na avaliação de Altman, o momento exige coragem, não cautela. Para ele, Lula pode ser a liderança para uma onda de boicote e isolamento contra o regime sionista.
“Querido presidente, desfaça a miragem de que a diplomacia deve ser paciente. A paciência, diante de um massacre, é conivência. A espera, diante da morte, é cumplicidade. […] Milhões de pessoas, nas potências ocidentais, se sentirão animadas para pressionar ainda mais seus governos a que tomem medidas contra os carrascos de Gaza”, disse.
Pressão pelo rompimento
A pressão para que Brasília rompa com Israel aumentou após o Estado sionista liderado por Benjamin Netanyahu interceptar e deter 12 ativistas, incluindo o brasileiro Thiago Ávila, que estavam a caminho de Gaza com a embarcação humanitária Madleen, da Coalizão Flotilha da Liberdade.
Ávila e mais sete membros do veleiro seguem presos em Israel após se recusarem a os documentos para deportação. O Itamaraty havia comunicado que estava ciente da situação e que funcionários da Embaixada do Brasil acompanham o caso de perto para assegurar o respeito aos direitos do ativista.
O Madleen, embarcação da Coalizão Flotilha da Liberdade, foi atacado por forças israelenses em águas internacionais na madrugada de segunda-feira ao tentar transportar alimentos, filtros de água, medicamentos e barras de proteínas para a população civil de Gaza que está faminta por conta do cerco israelense. Mais de 54.000 palestinos já morreram vítimas dos ataques de Israel.
