Cuba diz que EUA querem ‘calar à força’ críticas ao genocídio palestino
Chanceler disse que Trump quer 'silenciar vozes' ao suspender vistos de estudantes estrangeiros
O ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez, criticou na segunda-feira (09/06) a decisão do governo dos Estados Unidos de suspender os vistos de estudantes estrangeiros das universidades do país. O diplomata afirmou que querem “calar à força” quem está denunciando o genocídio de Israel na Faixa de Gaza.
Em sua conta no X, o chanceler cubano se posicionou: “ao eliminar vistos para estudantes estrangeiros em prestigiosas universidades norte-americanas, o governo dos Estados Unidos pretende silenciar à força as vozes dentro daquele país que denunciam a cumplicidade dos EUA no genocídio israelense em Gaza”. Rodríguez acrescentou ainda que “a verdade não será silenciada”.
A denúncia do chanceler vem após a suspensão de seis meses da concessão de vistos para novos estudantes em Harvard. Medida realizada em 5 de junho evidenciando as políticas imigratórias do presidente norte-americano, Donald Trump.
O Departamento de Estado norte-americano também solicitou às embaixadas a suspensão de novas datas para a solicitação de visto de estudante, enquanto organizam um guia para analisar a “avaliação e verificação” dos candidatos.
De acordo com a emissora latina Telesur, o consulado de Havana interpretou esses posicionamentos como uma forma “clara de silenciar a dissidência e a crítica dentro do próprio território norte-americano, especialmente diante do crescente movimento em solidariedade com a Palestina”.

Reprodução / Jean-Marc Ferré
Revogação de vistos
A Suprema Corte dos Estados Unidos considerou constitucionalmente válido o decreto de retirar o status legal temporário de 532 mil imigrantes, em 30 de maio.
Durante o julgamento, o Departamento de Justiça norte-americano definiu o decreto de Trump como “uma política migratória cuidadosamente calibrada para impedir a entrada ilegal (de imigrantes)”, e que “esta é uma medida democraticamente aprovada pela maioria dos cidadãos nas eleições de novembro (de 2024)”.
O estudante brasileiro Marcelo Gomes da Silva, de 18 anos, foi detido em 31 de maio por agentes da polícia de imigração dos Estados Unidos (ICE, na sigla em inglês). O jovem que estava a caminho do treino de vôlei foi alvo da política imigratória do governo republicano.
A governadora de Massachusetts – local onde está detido – Maura Healey chegou a publicar um vídeo solicitando a libertação do brasileiro, que foi solto após repercussão do caso.
(*) Com Telesur
