Israel começa a deportar ativistas da Flotilha; Thiago Ávila segue detido
Ativista brasileiro se recusou a documentos de extradição e deve ar por audiência judicial; Greta Thunberg deixou o país
Atualizada às 10h15
O governo de Israel começou a deportar nesta terça-feira (10/06) os ativistas da Flotilha da Liberdade detidos em águas internacionais ao tentar levar ajuda humanitária à Faixa de Gaza.
Segundo o portal Uol, o brasileiro Thiago Ávila, que faz parte da embarcação junto com outros 11 ativistas, segue preso após se recusar a papéis de deportação impostos pelo governo israelense. O Itamaraty havia confirmado, na noite de segunda-feira (09/06), que Ávila chegou ao aeroporto de Tel Aviv e que funcionários da Embaixada do Brasil acompanham o caso de perto para assegurar o respeito aos direitos do ativista durante o processo de repatriação.
Além de Thiago, outros setes ativistas não am os papéis, incluindo a eurodeputada Rima Hassan, sa de origem palestina. Os demais prisioneiros são, em sua maioria, ses: Pascal Maurieras, Reva Viard e Yanis Mhamdi; a alemã Yasemin Acar, o neerlandês Mark van Rennes e o turco Suayb Ordu.
De acordo com Tel Aviv, os que recusaram a deportação serão ouvidos por um juiz. “Aqueles que se recusarem a os documentos de expulsão e a abandonar Israel serão apresentados a uma autoridade judicial, de acordo com a legislação israelense, para que autorize sua expulsão”, disse a chancelaria israelense.
Outros detidos já foram deportados, como a ativista sueca Greta Thunberg, que já deixou o país, os ses Baptiste Andre e Omar Faiad, e Sergio Toribio, da Espanha.
O Madleen faz parte da Coalizão Flotilha da Liberdade e sua missão era levar alimentos, água potável, medicamentos e outros itens básicos para a população palestina que enfrenta os ataques do Exército israelense desde outubro de 2023, quando teve início o genocídio no enclave. A embarcação havia partido da Itália em 1º de junho com os 12 ativistas de diferentes países.
No entanto, a flotilha foi sequestrada pela Marinha israelense na noite de domingo (08/06) a aproximadamente 185 km da costa do enclave. Os 12 membros da tripulação do navio foram presos e mantidos em celas isoladas, em um centro de detenção na cidade israelense de Ramla, após a Marinha israelense rebocar o navio de ajuda humanitária até o porto de Ashdod, onde ele atracou na noite desta segunda-feira, segundo informações do canal Al Jazeera.

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Aa autoridades israelenses afirmaram que os 12 detidos poderiam ser soltos na madrugada, se concordassem em sair imediatamente do país e desistirem de chegar a Gaza.
Entenda o caso
O Madleen, embarcação da Coalizão Flotilha da Liberdade, foi atacado por forças israelenses em águas internacionais na madrugada de segunda-feira ao tentar transportar alimentos, filtros de água, medicamentos e barras de proteínas para a população civil de Gaza que está faminta por conta do cerco israelense. Mais de 54.000 palestinos já morreram vítimas dos ataques de Israel.
Drones com sistema de smart shooting cercaram o navio, borrifando-o com uma substância branca parecida com tinta. As comunicações foram bloqueadas e sons perturbadores reproduzidos pelo rádio.
Após a interceptação, o governo israelense informou, na plataforma X, que os ativistas haviam sido levados para o porto da cidade de Ashdod, no sul do país, e que iriam retornar aos seus países de origem “mais tarde”.
Diversos países condenaram a ação de Israel, incluindo o Brasil. Em nota, o Itamaraty pediu a libertação dos tripulantes e condenou o bloqueio à ajuda humanitária. O governo brasileiro lembrou a importância do respeito à liberdade de navegação em águas internacionais.
(*) Com Brasil de Fato
